O que a Polícia Federal diz sobre as investigações e outras suspeitas sobre quais podem ser as causas para as manchas no litoral nordestino
A Polícia Federal (PF) divulgou, no dia 1º de novembro, que um navio petroleiro grego chamado Bouboulina é o principal suspeito pelo vazamento do óleo que atinge o litoral do Nordeste. A investigação aponta que a embarcação atracou na Venezuela em 15 de julho, passou três dias por lá e seguiu rumo a Cingapura. O derramamento teria acontecido no percurso, entre 28 e 29 de julho.
A PF afirma que, depois de localizar o ponto de onde a mancha teria surgido (a cerca de 700 km da costa do Brasil), identificou que o Bouboulina era o único petroleiro a ter navegado na área no período do vazamento inicial.
A Delta Tankers, dona da embarcação, nega a suspeita. Em nota, a companhia afirma que o Bouboulina saiu da Venezuela em 19 de julho e seguiu com destino à Malásia, onde descarregou sem complicações. A empresa ainda afirma que analisou dados e as câmeras do navio e não constatou problemas.
Outras suspeitas
Apesar da suspeita da PF, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), afirma que o responsável pode não ter sido o navio Bouboulina.
A análise de uma imagem de satélite, de 24 de julho, mostrou uma possível mancha nas proximidades do Rio Grande do Norte – onde, segundo os pesquisadores, pode ser o ponto em que o vazamento aconteceu. Além disso, em 13 de novembro, o Lapis afirmou que a imagem de outro satélite reforça essa hipótese.
Segundo os pesquisadores, o mais provável é que um navio fantasma tenha derramado o óleo. Ele teria navegado pelo litoral nordestino sem identificação ao desligar o transponder ― aparelho que registra todo o caminho do navio pelos oceanos, incluindo horários e paradas.
O que eu penso sobre
Comentários de alunos da Escola Nossa Senhora das Graças (SP)
“É muito triste o fato de o óleo estar se espalhando rapidamente. Isso prejudica muito o meio ambiente e os animais marinhos e impede que as pessoas se banhem no mar” – Anita F., Jasmin L. e Rafaela P., 5º ano A.
“Independentemente se foi de propósito ou não, foi um grande desastre. Achamos que as praias devem ser limpas o mais rápido possível, mas com equipamentos para não adoecer ninguém” –Anita P., Fernanda A., Giulia P. e Laura D., 5º ano B
“A mancha de óleo é muito ruim para a saúde dos animais e das pessoas que vivem perto das praias afetadas, pois ela pode causar doenças” – Edoarda G., Guilherme D., Lila S. e Luiza G., 5º ano C.
Fontes: Delta Tankers, Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, Marinha e Polícia Federal.
Texto originalmente publicado na edição 141 do jornal Joca.
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