Pirâmide de Caana. Crédito da imagem: Universidade de Huston

Arqueólogos descobriram uma tumba de aproximadamente 1.700 anos durante escavações em Caracol, importante cidade maia localizada no território que hoje corresponde a Belize, na América Central. O túmulo pertence a Te K’ab Chaak, considerado o primeiro governante conhecido da cidade, que foi um dos principais centros culturais e políticos da civilização maia nos séculos 6 e 7 d.C.

Os maias foram uma das civilizações mais avançadas da América antiga. Eles viveram entre os anos 2000 a.C. e 1500 d.C., e seu auge foi entre 250 e 900 d.C. Ocupavam regiões onde hoje ficam o sul do México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Os maias eram conhecidos por construir grandes templos, estudar os astros, criar um calendário próprio e usar uma forma de escrita com símbolos chamada hieróglifos.

A descoberta foi anunciada em 10 de julho por meio de um comunicado oficial da Universidade de Houston, nos Estados Unidos (EUA). Estima-se que a tumba tenha sido construída por volta do ano 350 d.C.

Segundo os pesquisadores, esta é a primeira tumba real identificável encontrada em Caracol desde o início das escavações no local, conduzidas há mais de 40 anos pelos arqueólogos Diane e Arlen Chase, da Universidade de Houston.

Te K’ab Chaak — cujo nome em maia significa “deus da chuva dos ramos” — foi sepultado com uma máscara mortuária de jade em mosaico, vasos cerâmicos, ossos esculpidos, conchas marinhas, joias e inscrições. Os artefatos podem ajudar a lançar luz sobre aspectos da história maia e suas possíveis conexões com outras civilizações antigas.

Te K’ab Chaak foi um importante governante maia

Arlen Chase, um dos responsáveis pela descoberta, contou ao jornal The New York Times que foi um dos primeiros a entrar na tumba. O estilo dos vasos cerâmicos e a presença de cinábrio vermelho — um mineral associado a figuras importantes — indicavam que o local abrigava alguém de grande status.

Junto com Diane Chase, Arlen identificou, por meio de uma máscara mortuária de jade, que o túmulo pertencia a um governante. Análises indicaram que ele era um homem mais velho, com cerca de 1,70 metro de altura e sem dentes no momento da morte. A tradução dos hieróglifos revelou sua identidade: Te K’ab Chaak, que assumiu o trono em 333 d.C. e fundou a dinastia que governaria Caracol por 460 anos.

Após sua morte, Caracol cresceu e se tornou uma das maiores cidades do mundo maia, com mais de 100 mil habitantes. A cidade contava com calçadões, terraços agrícolas e construções monumentais, como a pirâmide Caana, de 43 metros de altura.

Entre os artefatos encontrados no túmulo estavam lâminas de obsidiana verde e uma ponta de lança ligadas a Teotihuacán, metrópole do México central a 1.200 quilômetros de distância. Esses objetos reforçam a ideia de que eles sabiam da existência um do outro e os maias mantinham contatos e trocas com outras civilizações muito antes do que se imaginava.

Apesar das pistas encontradas, ainda não é possível dizer qual era o tipo de relação entre os maias e outros povos. Daiane e Arlen afirmaram que vão continuar o estudo.

Fontes: Olhar DigitalAventuras na História e Universidade de Houston

Glossário

a.C. – Significa “antes de Cristo”. É usado para indicar os anos que aconteceram antes do nascimento de Jesus Cristo, que marca o ano 1 da nossa contagem atual. Por exemplo, o ano 500 a.C. aconteceu 500 anos antes do ano 1.

d.C. – Significa “depois de Cristo”. É usado para indicar os anos que vieram depois do nascimento de Jesus Cristo. Por exemplo, o ano 350 d.C. aconteceu 350 anos depois do ano 1.

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