Pesquisadores investigam se padrão de sons é capaz de transmitir significados
Cientistas estão cada vez mais perto de desvendar a comunicação entre as baleias. Um estudo publicado em 7 de maio mostrou que indivíduos da espécie cachalote têm um alfabeto fonético próprio — ou seja, assim como os seres humanos, comunicam-se por meio de sons diferentes e padronizados. A pesquisa revelou ainda que esses animais são capazes de unir esses sons em blocos similares a palavras e frases, criando uma espécies de língua especial das baleias.
Os sons emitidos por uma baleia cachalote são chamados de cliques. Cada conjunto de cliques, por sua vez, é denominado de “coda” e tem duração máxima de, geralmente, dois segundos. Segundo o estudo, cachalotes usam quatro recursos para organizar os codas: ritmo, andamento, rubato e ornamentação.
Por muito tempo, acreditava-se que esses cliques fossem aleatórios, mas o novo relatório apontou que existem certos padrões que se repetem nas interações entre essas baleias.
Foram analisados 8.719 codas, gravados entre 2005 e 2018 em um clã [grupo] de cerca de 400 baleias no Caribe Oriental. Segundo os pesquisadores, ainda não é o momento de buscar entender exatamente o que cada som significa, e sim de compreender como os animais organizam os barulhos. O próximo passo é se aprofundar na maneira como os codas influenciam nas interações entre cachalotes.
“Nossas descobertas abrem a possibilidade de que a comunicação entre cachalotes venha a ser o primeiro exemplo desse fenômeno em outra espécie [que não a humana]”, finaliza o estudo.
Esses animais usam quatro elementos para criar um coda:
FONTES: NATURE, PROJETO CETI E THE NEW YORK TIMES.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 224 do jornal Joca.
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