Entenda como isso aconteceu
Uma equipe de pesquisadores de diversos países publicou na revista científica Plos Genetics, em 27 de julho, um estudo que revela o retorno à vida dos vermes que ficaram mais tempo congelados na história. Segundo os cientistas, esses nematoides passaram cerca de 46 mil anos congelados e voltaram à atividade após serem reidrata- dos em laboratório.
Os vermes foram encontrados, em 2018, a 40 metros de profundidade no solo congelado da Sibéria, região pertencente à Rússia, onde já se registrou temperatura inferior a 60 graus Celsius (ºC) negativos. Para sobreviver ao frio extremo, eles ativaram a criptobiose, um estado em que pausam todas as atividades metabólicas, reativadas apenas quando as condições retornam à normalidade. Com a criptobiose, esses vermes conseguem viver em temperaturas extremas, sem água e até sem oxigênio.
Philipp Schiffer, cientista e um dos autores do estudo, mostrou-se surpreso com a capacidade desses seres vivos de passar tanto tempo pela criptobiose. Agora, os pesquisadores querem investigar mais esse processo para entender como poderia ser útil a outros seres vivos: “Podemos obter conhecimentos que podem nos dar informações para talvez salvar espécies ameaçadas e pensar em medidas de proteção e coisas do gênero”, explicou Schiffer.
O pesquisador não negou a possibilidade de os seres vivos descongelados carregarem consigo organismos, como vírus e bactérias, que já não são mais encontrados no planeta. Contudo, Schiffer alega que dificilmente algum desses seres seja perigoso à vida humana.
Glossário
Atividades metabólicas: reações químicas existentes em todos os seres vivos que garantem energia e nutrientes para a sobrevivência.
Nematoides: vermes com o corpo em formato cilíndrico de ao menos 0,3 milímetro de comprimento.
Fontes: BBC Brasil, Embrapa, G1, National Geographic e Plos Genetics.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 209 do jornal Joca.
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