Pesquisa inédita com mais de 20 mil escolas das capitais mostra que cerca de um terço delas têm mais cimento do que árvores
Uma pesquisa inédita, realizada pelo Instituto Alana, pela Fiquem Sabendo e pelo MapBiomas em 20.635 escolas de educação infantil e ensino fundamental das capitais do país, aponta que 37,5% delas (cerca de quatro a cada dez) não têm áreas verdes, com vegetação e árvores. O levantamento, divulgado em novembro, indica que na educação infantil (que atende crianças de até 5 anos) essa porcentagem é ainda maior, com 43,5% das escolas sem a presença de natureza.
Os dados mostram que as instituições de ensino voltadas a populações vulneráveis e mais pobres são as mais expostas a riscos climáticos, como enchentes, deslizamentos e altas temperaturas. “A falta de verde é agravada por desigualdades raciais e econômicas, sendo maior para estudantes que vivem em favelas e comunidades urbanas, bem como para alunos negros”, segundo o relatório da pesquisa, chamada “O acesso ao verde e a resiliência climática nas escolas das capitais brasileiras”.
O material conclui que, como a maioria das pessoas (80%) vive em centros urbanos, as escolas poderiam ser uma oportunidade rara de contato com o meio ambiente. “Crianças e adolescentes passam boa parte do dia nas escolas. Esses espaços podem representar a diferença entre a possibilidade de vivenciar os benefícios de uma rotina rica em natureza ou a ausência dessa experiência, vital na infância.”
Fazer hortas, manter árvores de pé, criar pátios vegetados ou integrar a escola às praças e a parques vizinhos podem ajudar, portanto, a reverter esse quadro e a fazer a diferença para crianças e adolescentes.
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