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Pandemic Classroom (sala de aula da pandemia, em tradução livre) é o nome desta instalação — tipo de obra de arte ou cenário — feita em uma escola vazia. Crédito: Pablo Scheverdfinger/Unicef

Em todo o mundo, mais de 140 milhões de crianças não tiveram o primeiro dia de aula de sua vida presencialmente por causa da pandemia de covid-19. A conclusão é de um relatório do Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef), divulgado em 23 de agosto. Segundo o estudo, para 8 milhões delas, a ida presencial à escola pela primeira vez vem sendo adiada há mais de um ano.

“O primeiro dia de aula é um momento marcante na vida de uma criança. Mas, para milhões delas, não há previsão de quando isso acontecerá”, declarou a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, em nota oficial. Segundo ela, mesmo com a retomada das aulas presenciais em muitas partes do mundo, milhões de alunos ainda ficarão fora da escola este ano, e o risco de “nunca entrar em uma sala de aula na vida” é ainda maior para os mais vulneráveis.

Outros dados
Ainda de acordo com o estudo, 29% dos alunos do ensino fundamental não conseguiram compensar a ausência das aulas presenciais com o estudo a distância. A situação é ainda mais difícil no ensino infantil, pois os mais novos precisam de ajuda para ter acesso à tecnologia. Em média, foram 79 dias letivos perdidos no mundo em virtude do fechamento das escolas, afetando 168 milhões de estudantes em 2020.

Entre as consequências desse cenário estão desde o aumento da taxa de abandono escolar e atraso na alfabetização e no aprendizado da matemática até a dificuldade de ser independente, adaptar-se a rotinas fora de casa e se relacionar com pessoas além da família. Ficar fora da escola também pode deixar crianças de alguns países mais expostas à violência e ao trabalho infantil, por exemplo.

O documento pede aos governos a reabertura das escolas com urgência para a retomada do ensino presencial. “Devemos tratar imediatamente das lacunas no aprendizado que essa pandemia já criou. Se isso não for feito, algumas crianças correm o risco de nunca recuperar o tempo perdido”, alerta Fore.

Correspondentes internacionais
Como andam os estudos de jovens em outros países?

“Em 2020, estudamos em casa durante um semestre. Foi difícil porque era meu primeiro ano do ensino médio, mudou o jeito de estudar, além de ser uma escola nova e ter o desafio de fazer novos amigos. Depois, voltamos para a escola seguindo as regras de saúde do estado de Queensland e mantendo 1,5 metro de distância das pessoas. Este ano, passamos apenas duas semanas estudando em casa. Voltamos seguindo as regras de saúde, usando máscaras e sem praticar esporte por duas semanas. Este ano foi muito mais fácil porque o tempo fora da escola foi curto e eu já sabia me organizar para estudar sozinha. Temos sorte de não ter muitos casos em Brisbane e de poder viver nossa vida normalmente.” Luisa E., 13 anos, Brisbane (Austrália)

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Luisa, de Brisbane (Austrália). Foto: arquivo pessoal

“Fiquei de 20 de janeiro a 4 de maio sem ir à escola no ano passado. Agora, já temos aulas totalmente presenciais. Isso é possível porque em Macau houve, no total, 63 casos e sem óbitos, em razão de todas as medidas preventivas que o governo tomou. Tive algumas dificuldades na adaptação, especialmente na matéria de matemática. E não fui a única, pois as notas de todos os meus colegas de classe também baixaram muito. Foi especialmente difícil para nós, porque a pandemia interrompeu o nosso primeiro ano de ensino médio, dificultando ainda mais a transição do fundamental 2 para este.” Melissa M.,16 anos, Macau (China)

“Eu voltei a estudar na escola há um ano. Macau precisou suspender as aulas presenciais somente por alguns meses. Nesse período tivemos aulas on-line. O ano letivo por aqui começou semana passada e todas as minhas aulas são presenciais, exceto uma, pois o meu professor de matemática está no Canadá e não consegue entrar em Macau. Então, ele nos liga no Zoom enquanto estamos na sala de aula. Todo mundo precisa usar máscara, mesmo sem casos de covid-19 circulando em Macau. Sinto que a quarentena me prejudicou por conta dos meses com aulas on-line. Então, agora eu tenho que me esforçar mais para resolver isso.” Carolina M., 13 anos, Macau (China)

Fontes: CNN Brasil, The Indian Express e Unicef.

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