Museus da Europa e da América do Norte abrigam artefatos históricos, culturais e paleontológicos vindos de todas as partes do mundo. Esses tesouros foram retirados do país de origem durante o período colonial, em expedições arqueológicas ou, em muitos casos, roubados e contrabandeados.

Nos últimos anos, um movimento global pela restituição do patrimônio cultural ganhou força, e países como Egito, Nigéria e Brasil reivindicam a devolução dos itens. Confira alguns deles que retornaram às origens.

MANTO TUPINAMBÁ 

Após mais de três séculos na Dinamarca, um manto tupinambá voltou ao Brasil, em 2024. Feito com penas da ave guará, o artefato de 1,20 metro de altura e 80 centímetros de largura foi doado pelo Museu Nacional do país nórdico ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Especialistas afirmam que esses mantos eram usados por lideranças dos tupinambás, um dos primeiros povos a ter contato com os europeus. Existem outros dez exemplares no mundo, localizados na Itália, Suíça, Bélgica e na própria Dinamarca.

#pracegover: manto é majoritariamente vermelho, mas tem detalhes em bege e preto. Crédito de imagem: reprodução

SARCÓFAGO DOURADO 

O sarcófago dourado de Nedjemankh foi devolvido ao Egito, em 2019, pelo Museu Metropolitano de Arte de Nova York. Feita de madeira e revestida de ouro, a peça, do século 1 antes de Cristo, foi saqueada em 2011, na revolta que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak. Contrabandeado, o sarcófago foi comprado por 4 milhões de dólares (em torno de 23 milhões de reais) pelo museu, que desconhecia sua origem ilegal.

#pracegover: sarcófago é dourado, mas, na região da cabeça, os detalhes dos olhos são pretos e brancos. Crédito de imagem: reprodução

ÁRVORE SAGRADA DHULU 

Em fevereiro de 2025, o povo gamilaraay, da Austrália, recebeu de volta a árvore sagrada dhulu, considerada de um ancestral e membro da família. Retirada das margens do rio Brigalow Creek, em New South Wales, a árvore esculpida foi levada à cidade australiana de Sydney e vendida a um pesquisador suíço, que a doou ao Museu der Kulturen Basel, da Suíça, em 1940.

#pracegover: tronco é marrom e tem depressões onduladas por toda a extensão. Crédito de imagem: reprodução

TÁBUA DE ARGILA 

Em 2021, os Estados Unidos (EUA) devolveram ao Iraque uma tábua de argila de 3.500 anos contendo um fragmento da Epopeia de Gilgamesh, um dos textos literários mais antigos da humanidade. A peça narra a jornada do rei da Mesopotâmia em busca da imortalidade e teria sido roubada em 1991, durante a Guerra do Golfo, reaparecendo no Reino Unido em 2001. Comprada por um negociante de arte em 2003, a tábua foi enviada aos EUA e adquirida pelo Museu da Bíblia de Washington, onde, em 2019, foi apreendida por apresentar documentos de compra incompletos.

#pracegover: tábua de argila é amarela e tem escritos por toda a extensão. Crédito de imagem: reprodução

BRONZES DE BENIN 

São mais de mil obras da África Ocidental, como cabeças, placas e estatuetas, feitas entre os séculos 13 e 16, que decoravam o palácio do Reino de Benin, no sudoeste da Nigéria. Milhares foram saqueadas no fi m do século 19. No início deste ano, os Países Baixos se comprometeram a devolver 119 peças. Em 2022, a França restituiu 26 e, no mesmo ano, a Alemanha, que detém 1.130 obras, devolveu 20, mas prometeu liberar todas. Estados Unidos e Inglaterra também estão em posse de parte desse acervo.

#pracegover: estatuetas tem várias imagens como corpos com máscaras e armas. Crédito de imagem: reprodução

FONTES: MINISTÉRIO DOS POVOS INDÍGENAS, O GLOBO, UNIVERSIDADE MONASH, ABC NEWS, AVENTURAS DA HISTÓRIA, DW, FOLHA DE S.PAULO, BBC, G1 E FORBES.

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