#pracegover: indígenas de várias etnias participam da marcha. Eles caminham segurando cartazes. Crédito de imagem: Joédson Alves/Agência Brasil

Representantes de povos indígenas do Brasil, outros países da América do Sul e ilhas do Oceano Pacífico participaram da 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília (DF), de 7 a 11 de abril. O encontro, que é anual, teve 7 mil presentes e foi marcado por reivindicações pela garantia dos direitos indígenas estabelecidos na Constituição Federal.

O tema principal foi a demarcação de terras, mas também houve manifestações e discussões sobre qualidade na educação, segurança das mulheres e exploração de garimpos ilegais. Além disso, foi debatida a participação dos povos originários em espaços de decisão para lidar com as mudanças climáticas, como a 30a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em novembro, no Pará.

#pracegover: as ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, estão com diversas crianças indígenas que participaram do Acampamento Terra Livre. Crédito de imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Alcineide Piratapuya, que estuda relações internacionais na Universidade de Brasília (UnB), participou pela quinta vez do ATL. Ela acredita que os movimentos indígenas estão mais organizados e que há abertura dos governantes para negociações. Mesmo assim, segundo Alcineide, há muito o que fazer: “Temos demandas em relação a direitos básicos, de saúde e educação e sobre os impactos que as mudanças climáticas trazem para nós”.

O Joca já esteve no ATL e gravou um vídeo mostrando como funciona o encontro, aponte a câmera para o QR code no fim da página para assistir.

CRIANÇAS ENTREGAM DOCUMENTO COBRANDO AÇÕES CONTRA MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Durante o ATL, um grupo de crianças indígenas e não indígenas entregou uma carta às ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) cobrando ações contra o desmatamento e as mudanças climáticas. O manifesto defende a preservação de florestas e rios e o direito das crianças de existir em um mundo ecologicamente equilibrado. “Somos o presente e queremos ser ouvidos”, diz o texto de apresentação do documento.

LEIA UM TRECHO DA CARTA: 

“Sempre falam que somos o futuro, mas somos o presente e o agora! Os ancestrais nos ensinaram a ouvir a natureza e agora pedimos que os outros adultos nos ouçam. Estamos ouvindo o som do mundo de vocês desmoronando. E vocês? Conseguem ouvir? Escutem nosso chamado: somos parte da solução. Sabemos que existe um jeito de salvar o nosso mundo e estamos prontos para caminhar juntos, unidos para proteger nossas terras, nossos rios e nossas culturas. Queremos água limpa, sem poluição e sem minério. Não queremos que nossos rios e igarapés sejam sujos com petróleo. Defendemos todos os seres vivos. Se não cuidarem do nosso mundo, não vai haver futuro para nós, crianças. E a luta não é só nossa, é de todo mundo.”

GLOSSÁRIO 

CONSTITUIÇÃO FEDERAL: conjunto de leis que organiza uma nação. Todos são obrigados a respeitá-la. Na Constituição brasileira é possível encontrar, por exemplo, as regras que determinam os deveres dos políticos e os limites de suas ações e os direitos e deveres dos cidadãos brasileiros.

FONTES: AGÊNCIA BRASIL, MUSEU DAS CULTURAS INDÍGENAS, ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS INDÍGENAS DO BRASIL E INSTITUTO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL SOCIOAMBIENTAL.

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