Nível da água começou a abaixar em algumas regiões
Nas últimas semanas de maio, o nível da água da inundação histórica começou a baixar, aos poucos, em diferentes cidades do Rio Grande do Sul (RS). Boa parte do estado, incluindo a capital, Porto Alegre, ainda sofre com os níveis de corpos hídricos, como rios e lagos, acima do normal — e em algumas localidades mais chuva voltou a cair, provocando novas cheias. Apesar disso, parte da população gradualmente iniciou a higienização nos lugares mais acessíveis.
É o início de uma fase importante para a recuperação do RS, tanto material como humana. É quando as famílias conseguem voltar para casa e contabilizar as perdas, e também de cuidado com a saúde. De acordo com as autoridades sanitárias, é necessário ter muita cautela ao entrar em contato com água de esgoto e lixo acumulado, o que pode resultar em infecções como leptospirose (transmitida, principalmente, pela urina de ratos) e hepatite A.
O excesso de água acumulada também favorece o aumento de casos de dengue, uma vez que o inseto transmissor da doença (Aedes aegypti) coloca ovos na água parada. Há ainda o risco de mordidas ou picadas de animais como cobras, escorpiões e ratos que emergiram e podem estar contaminados. Até o fechamento desta edição do Joca, foram notificados 2.548 casos suspeitos de leptospirose no estado, com 148 confirmados e oito óbitos.
A Secretaria da Saúde do RS divulgou, no início de maio, um guia produzido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) com orientações para a limpeza das casas inundadas e cuidados para evitar contaminações.
O material instrui que, para limpar uma residência, sejam utilizados equipamentos de segurança como botas e luvas. O texto também indica os produtos ideais para cada tipo de higienização e quais itens devem ser descartados imediatamente. “Não deixe que crianças nadem ou brinquem na água e na lama das enchentes, pois podem ficar doentes”, alerta o Cevs. É recomendado também que, antes de retornar para dentro de casa, cada morador verifique se a residência ou o bairro estão interditados pelo governo, ou seja, sob risco de segurança.
Segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre, uma equipe com cerca de 800 garis retirou, de 6 de maio até o fechamento desta edição, 13.644 toneladas de resíduos das ruas, como restos de móveis estragados e lodo. Todo o lixo da capital gaúcha está sendo descartado em um aterro temporário localizado em Gravataí (RS).
2.390.556 pessoas afetadas; 37.154 em abrigos; 77.874 resgatadas; 806 feridas; 172 óbitos; 12.543 animais resgatados; 630.350 estudantes (85%), de 2.062 escolas (88,1%), retornaram às aulas; 2.548 casos notificados de leptospirose, 148 confirmados e 8 óbitos pela doença.
*Dados de 3 de junho de 2024.
FONTES: SNIRH/ANA, SECRETARIA DA SAÚDE (RS), PREFEITURA DE PORTO
ALEGRE, AGÊNCIA BRASIL E O GLOBO.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 225 do jornal Joca.
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