Vladimir Putin, presidente russo, e Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, encontraram-se pela primeira vez no dia 25 de abril, na Rússia. Após conversas entre os dois, Putin declarou que a Coreia do Norte precisa ter garantias sobre segurança e soberania (poder de decidir sobre temas nacionais) para acabar de vez com seu programa nuclear.

O presidente russo se disse favorável ao fim das armas nucleares na Coreia do Norte, mas afirmou que o direito internacional (formado por diversas nações, e não apenas um país) deve decidir sobre como isso acontecerá. Para ele, Japão, Coreia do Sul e China também deveriam participar das discussões sobre o tema, além dos Estados Unidos.

A declaração de Putin demonstra apoio à proposta norte-coreana de que a nação deve se desnuclearizar aos poucos, enquanto os Estados Unidos reduzem as sanções econômicas impostas ao país também de forma gradual. O líder russo disse que pretende discutir a conversa que teve com Kim Jong-un com os EUA.

Relação com os EUA
O encontro na Rússia aconteceu dois meses depois de a segunda reunião entre Kim e o presidente norteamericano, Donald Trump, em Hanói (Vietnã), ter terminado antes da hora por falta de acordo.

Na ocasião, Kim aceitou terminar com o programa nuclear, mas discordou das condições impostas pelos EUA para suspender as sanções econômicas. Antes de acabar com as proibições ao comércio do país, Trump exigiu que a desnuclearização fosse feita de forma completa, irreversível (quando não se pode voltar atrás) e verificável (que possa ser comprovada). Para o líder norte-coreano, essa maneira não levaria em conta os interesses dos dois países de forma equilibrada.

Viagem
Kim Jong-un viajou dez horas em seu trem blindado até chegar a Vladivostok, no extremo leste da Rússia, próximo à fronteira de 20 quilômetros entre os dois países

Glossário

Programa nuclear da Coreia do Norte: o país produz armas nucleares. Algumas delas seriam capazes de atingir nações em outros continentes, como os EUA.

Sanções econômicas impostas pelos EUA: proibição de trocas comerciais com a Coreia do Norte (como deixar de comprar produtos de lá) com o objetivo de enfraquecer a economia norte-coreana e forçar a nação a encerrar o programa nuclear.

Notícia publicada originalmente na edição 130 do jornal Joca.