A comunidade Okere Mom-Kok está sendo reconstruída com ações para melhorar a qualidade de vida das pessoas
Após ser completamente destruído pela guerra, um vilarejo localizado em Otuke, interior de Uganda, está se transformando na primeira cidade rural sustentável da África. A comunidade, chamada Okere Mom-Kok, sofreu diversos prejuízos em consequência de conflitos que ocorreram de 1984 a 1994, entre o governo do país e grupos armados. Contudo, há três anos, um projeto está reconstruindo a região e investindo em ações que ajudam a preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população local.
A ideia de reconstruir o vilarejo Okere surgiu em 2019, quando o economista Ojok Okello resolveu colaborar com a comunidade, onde os pais dele haviam sido criados. Mesmo passados anos do fim da guerra, o local ainda enfrentava diversos problemas intensificados pelos conflitos, como pobreza extrema, altos índices de analfabetismo, desmatamento e falta de acesso à água potável.
Hoje, por outro lado, graças à reconstrução, todos os 4 mil moradores do vilarejo têm acesso à água potável e eletricidade, que é gerada a partir de energia solar (fonte que não agride a natureza). Além disso, a população tem à disposição escola, clínica de saúde e um es- paço usado como cinema, igreja ou para balada.
Para Okello, no entanto, o grande “poder” da comunidade está nos carités, árvores nativas da região que estão ameaçadas de extinção e garantem renda para muitos moradores. As mudas dão castanhas que têm um tipo de gordura usada para fazer produtos para a pele e os cabelos. Assim, as pessoas coletam essa substância e a utilizam para a fabricação de cosméticos. Com o dinheiro das vendas, têm melhor qualidade de vida.
“No filme Pantera Negra, há a cidade de Wakanda, que tem vibranium [metal fictício muito importante para a cidade]. Então eu pensei que os carités podiam ser o vibranium, a grande potência do nosso vilarejo”, disse Okello ao jornal britânico The Guardian. “Comecei, assim, a investir na proteção da árvore.”
Para manter a espécie viva, o vilarejo desenvolve diversas ações de plantio, além de campanhas de conscientização para a preservação da árvore.
Fontes: site oficial Okere Mom-Kok e The Guardian.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 182 do jornal Joca.
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que bom que Okere está se recuperando
Muito interesante
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