Crédito de imagem: arquivo pessoal

O teatro na escola é um jeito divertido de desenvolver habilidades criativas, emocionais e até físicas. E o melhor: é divertido. “O teatro nada mais é do que uma grande brincadeira. Por isso, ele é tão presente durante a infância”, diz Bárbara Polzer, professora de teatro na Companhia Burucutu, em Itanhaém (SP). É dessa maneira, por meio de brincadeiras e exercícios de fala e socialização, que Bárbara apresenta o universo teatral aos alunos. 

Para ela, o teatro é uma atividade coletiva, e que também leva em consideração a individualidade de cada um. Alguns são mais extrovertidos, outros têm dificuldade de se expressar. Por isso, as aulas envolvem interação do grupo, pesquisa sobre a peça, práticas para melhor desenvolvimento no palco e, só então, os ensaios. “Tem crianças que são mais habilidosas para comédia, outras se dão bem com cenas de drama. Então é preciso reconhecer essas habilidades ao longo do curso, para que cada um se integre no coletivo por meio de suas particularidades. Por exemplo, com crianças mais extrovertidas, é preciso trabalhar o foco e a concentração”, explica a professora.

Além disso, ela conta que muitos jovens que entram no teatro para melhorar questões de inibição começam a mostrar de modo autônomo o que aprenderam e passam a se impor no momento das cenas, para que sejam reconhecidos e ouvidos. Assim, ideias e sentimentos antes pouco expostos, começam a ganhar forma, fala e corpo. 

“O teatro para mim é muito importante na questão de desenvolver trabalho em grupo e ter noção do espaço, pois sou autista nível um e muito estabanado. Ainda não sei me expressar muito bem, e o teatro me ajudou muito com isso. Também consigo ver que, no mundo, todos trabalhamos em grupo e que nunca podemos deixar ninguém sozinho”, conta Matheus G., 13 anos, que participa das aulas. 

Teatro por crianças e para crianças 

Arquivo pessoal

Fundada há mais de 20 anos, em Bauru (SP), a Companhia Camarim leva peças e contação de histórias autorais para o público infantil usando fantoches e bonecos. “Sempre que ocupamos o tempo da infância de uma criança, temos que fazê-lo com sabedoria”, afirma Bruno Wan-Dick, líder e fundador da produtora. 

A relação com o público infantil é o objetivo central. Para Wan-Dick, as artes cênicas na infância são uma ferramenta de desenvolvimento social e emocional. “O teatro ensina empatia, solidariedade, expressão e escuta. Ele ensina que ouvir é tão importante quanto falar”, explica. O fundador da Camarim também ressalta como é preciso que o teatro passe a integrar a educação de maneira mais atuante e presente, e não apenas em momentos específicos do ano letivo. 

Agora, a companhia expande sua atuação para o ambiente digital com a adaptação da peça Abre a Boca e Feche os Olhos para uma websérie que estreou no YouTube em 15 de maio. O enredo fala sobre alimentação saudável, higiene e uso excessivo de telas. O objetivo, segundo o autor, é incentivar as crianças a brincar no mundo real e se afastar um pouco do virtual. “Gostei muito do cenário com os bonecos e das cores”, conta Francisco C., de 10 anos. “No fim, a Emili [personagem da trama] quis colocar a roupa da boneca. Gostei que ela foi brincar e saiu do celular”, complementa Maria S., de 8 anos. 

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