Sofie Broch-Lips é a editora do Ultra NYT, programa jornalístico voltado para crianças e adolescentes da Dinamarca, produzido pela emissora pública DR. Ela coordena todo o processo de produção das reportagens, desde a definição do tema até a entrega final. Também é responsável por garantir que os conteúdos estejam dentro do prazo e sigam exatamente
Sofie Broch-Lips é a editora do Ultra NYT, programa jornalístico voltado para crianças e adolescentes da Dinamarca, produzido pela emissora pública DR. Ela coordena todo o processo de produção das reportagens, desde a definição do tema até a entrega final. Também é responsável por garantir que os conteúdos estejam dentro do prazo e sigam exatamente o que foi planejado com a equipe.
Confira a seguir, a entrevista feita com ela pela equipe do Joca.
Como vocês escolhem os temas para os vídeos?
Essa é, na verdade, uma grande pergunta. Mas temos uma reunião todas as manhãs com todos os repórteres e também com o pessoal de design gráfico e os fotógrafos, onde as pessoas podem apresentar ideias.
Então, sim, é meu trabalho escolher as ideias que considero mais importantes para o nosso público. Isso é baseado, antes de tudo, em: é algo sobre o qual achamos que as crianças já ouviram falar de alguma forma? É algo que está bombando nas redes sociais? É algo que está muito presente nas notícias ou que os pais provavelmente comentam?
A partir disso, fazemos uma matéria e tentamos traduzi-la para a linguagem das crianças. Se for algo assustador, sobre guerra ou algo do tipo, é muito importante para nós não simplesmente fechar os olhos para esse tipo de coisa, porque sabemos que as crianças podem ficar preocupadas e também podem aprender com isso.
Nossa ideia é que é melhor contar para elas — e contar em uma linguagem que entendam — do que não contar nada e deixá-las imaginar sozinhas.
Além disso, frequentemente escolhemos histórias que são fascinantes ou divertidas ou sobre outras crianças fazendo algo inspirador. Coisas assim.
Quando se trata de notícias complexas, como guerras, tragédias ou política, que tipo de cuidado vocês precisam ter para adaptar a linguagem? Há algo que vocês precisam fazer por se tratar de um público infantil?
Sim, não podemos simplesmente presumir que elas já estão acompanhando os acontecimentos. Por isso, temos que começar do início e explicar cada palavra, passo a passo. Algumas das palavras, elas nem sabem o que significam, então temos que detalhar bastante. Também tentamos usar palavras que sabemos que elas usam, com base nas entrevistas que fazemos e no contato direto com elas.
Se for algo realmente complexo, tentamos comparar com situações do cotidiano delas. Por exemplo, quando tentamos explicar tarifas e assuntos econômicos, traduzimos para algo mais concreto.
Fizemos um vídeo de quatro minutos em que nossa apresentadora construiu uma fábrica no estúdio e usou isso para explicar como funcionam os preços extras e outras questões parecidas — tudo de maneira visual e fácil de entender.
Os espectadores interagem muito com o conteúdo de vocês? Como vocês incentivam essa participação?
Temos algo chamado Ultra Panelo. É uma forma de entrarmos em contato com as crianças.
É um site onde elas podem enviar vídeos sob nosso pedido. Elas recebem uma mensagem no celular e então dizemos: “Ei, o que você acha disso?” ou “Você já tentou isso ou aquilo?” E então elas enviam um vídeo.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.