Por: Stéphanie Habrich

O exercício da leitura na infância e juventude sempre foi muito presente em minha casa, com os meus três filhos, que estão atualmente com 13, 15 e 17 anos. Sempre tive a consciência da importância da leitura na construção de alicerces firmes em sua educação. Por isso, em nosso convívio, o hábito de discutir sobre assuntos que envolvessem não só o Brasil, mas o mundo como um todo, é uma constante.

Esses momentos de debate, que fundamentam a criação do senso crítico e colaboram com a educação de crianças e adolescentes, são naturais para mim. E, talvez, isso se deva à minha consciência sobre a importância de levar aos três questões atuais e, com isso, incentivar que eles pensem a respeito de assuntos diversos. 

Mas, para falar sobre como eu entendo a necessidade de inserir a leitura de jornais no hábito do público infantojuvenil, é preciso voltar um pouco mais no tempo, sair do Brasil e viajar até a Europa, mais precisamente à Alemanha, onde nasci. Sou filha de um alemão e uma francesa que vieram para o Brasil quando eu tinha quase seis anos. Foi praticamente nesse momento em que a semente do nascimento do jornal Joca foi plantada.

As memórias me remetem sempre à minha mãe com um livro ao alcance das mãos e ao meu pai com a leitura dos jornais em dia. Comigo e minhas irmãs não foi diferente, já que, mesmo aqui no Brasil, continuamos recebendo revistas e outros informativos para crianças e jovens, que eram produzidos na Alemanha e na França. Com essas lembranças, mantive sempre acesa a ideia de que o jornalismo infantojuvenil precisava marcar presença na vida de meus filhos e de outras crianças e jovens brasileiros.

Leitura na infância e adolescência, como nasceu o Joca

Quando meus três filhos eram mais novos, conversávamos sobre assuntos que dialogavam com o universo deles, como curiosidades sobre o mundo animal e o funcionamento das coisas:  “Como o açúcar é feito?”, “qual é o processo de fabricação de um objeto?”. Não à toa, foi nessa época, em 2007, que eu criei as revistas Toca e Peteca. Eu estava de volta ao Brasil, depois de dez anos vivendo em Nova York, onde trabalhava no mercado financeiro, e pronta para colocar meu grande sonho em prática: levar informação para as crianças e adolescentes brasileiros.

A Toca era uma revista direcionada ao público de 1 a 4 anos e trazia curiosidades sobre o mundo, histórias, jogos e receitas fáceis de fazer. Já a Peteca era direcionada à idade entre 4 e 8 anos. Tinha poesias, quadrinhos, além de textos sobre sentimentos, personalidades da história e curiosidades.

Conforme meus filhos cresciam, percebi que os assuntos abordados nessas duas publicações estavam ficando muito infantis para eles e era hora de terem acesso a algo mais estimulante, que combinasse com a faixa etária em que estavam. Assim, em 2011 lancei o Joca, um jornal que leva notícias do Brasil e do mundo para crianças e adolescentes. Embora o seu público-alvo seja infantojuvenil, penso que o Joca, na verdade, é voltado para toda a família.

E, por acreditar que a informação é um dos principais pilares na criação de alicerces firmes na educação de crianças e adolescentes, sigo tendo o hábito de conversar com meus filhos sobre as notícias que publicamos no jornal. Geralmente, em momentos descontraídos, comento assuntos que serão levantados em edições do Joca e questiono suas opiniões sobre os temas. Como estamos acostumados a debater notícias há anos, eles já possuem um grande repertório de informações e são capazes de elaborar ideias consistentes sobre o mundo ao redor.  E esse é o principal objetivo do Joca, oferecer informações de qualidade para o público infantojuvenil, diminuindo lacunas e aproximando-os da sociedade. Para mim, esses momentos são preciosos, pois, além de fortalecer os meus laços com meus filhos, aumentam a visão deles e estimulam o senso crítico.

Como criar o hábito da leitura e do debate com crianças e adolescentes

Os hábitos de ler, questionar e debater assuntos precisam ser incluídos no cotidiano das crianças e adolescentes. E, nesse processo, é importante salientar o papel da família, escola, educadores e, é claro, da imprensa. 

As famílias que buscam criar fortes alicerces na educação dos filhos e garantir que eles sejam cidadãos conscientes e ativos têm de estimular o diálogo. Essas conversas podem acontecer nas mais diversas circunstâncias: no trajeto para a escola, durante uma refeição, em um momento tranquilo em casa… O importante é aproveitar o tempo juntos para oferecer a eles a oportunidade de entender os fatos da atualidade.

Por isso, ressalto que crianças também são cidadãos e devem ter protagonismo na sociedade, a qual elas também pertencem. Uma das ferramentas para isso é o acesso à informação por meio do jornalismo feito especificamente para essa faixa etária.

No início, pode parecer muito complicado. Afinal, como atrair a atenção de crianças e adolescentes para as notícias? Não existem fórmulas ou métodos prontos para isso acontecer. Nem se trata de um processo que se consolida da noite para o dia. O jornalismo infantojuvenil é uma construção, tijolo a tijolo, que depende da sua participação direta como familiar, em que é preciso entender o que dá certo dentro da dinâmica da sua casa.

E, claro, você pode sempre contar com o Joca, o primeiro jornal no Brasil feito para crianças e adolescentes e que, há uma década, estimula o protagonismo dos nossos jovens cidadãos. 

Acesse o conteúdo digital do jornal Joca e confira como estimular a leitura crítica por meio de conteúdos jornalísticos de forma descomplicada.

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Stéphanie Habrich, fundadora e diretora-executiva do jornal Joca, o primeiro no Brasil para crianças e adolescentes

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