Maior exemplar da Mata Atlântica tem 65 metros de altura e 5,5 metros de diâmetro
A árvore mais alta da espécie jequitibá-rosa (Cariniana legalis) já catalogada no Brasil foi localizada recentemente na Reserva Biológica (Rebio) da Mata Escura, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A descoberta foi feita pelo professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Fabiano Rodrigues de Melo e sua equipe.
O jequitibá tem 65 metros de altura e 5,5 metros de circunferência, e a descoberta da árvore integra o programa de monitoramento de fauna e flora, realizado por meio de uma parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, e a Vale, no âmbito da iniciativa Meta Florestal.
“Ficamos espantados com o tamanho dele, pois se trata do mais alto jequitibá que conhecemos. Acredito que não exista outra árvore desse porte na Mata Atlântica, pelo menos com registro conhecido de árvores vivas”, afirma Melo.
A descoberta aconteceu por acaso, já que a expedição liderada pelo professor tinha como objetivo localizar exemplares de muriqui-do-norte, um dos primatas mais ameaçados de extinção do Brasil.
Foram usados nas buscas drones equipados com câmeras térmicas, que detectam calor, para facilitar a localização dos animais na copa das árvores.
O que ocorreu, no entanto, foi que os drones encontraram troncos de árvores muito grandes, que retêm calor ao longo do dia. Assim, os pesquisadores identificaram uma delas como um exemplar de jequitibá-rosa.
A árvore está localizada em um vale de mata densa, com quase 51 mil hectares — o equivalente a aproximadamente 73 mil campos de futebol. Segundo Melo, sua altura provavelmente se deve ao fato de estar em uma floresta primária de difícil acesso, ou seja, praticamente intocada pela ação humana.
O pesquisador afirma que é importante estudar a genética dessas árvores, incluindo manter as sementes e proteger os exemplares existentes na natureza. Ele estima que o maior jequitibá-rosa tenha pelo menos 300 anos.
“Essas árvores têm uma estrutura genética única e estão numa condição específica, porque é muito difícil ter mata primária na Mata Atlântica. Trata-se de uma descoberta muito importante para esse bioma”, afirma.
Fonte: Estadão.
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