Esta matéria foi originalmente publicada na edição 234 do jornal Joca
No dia 4 de novembro, por determinação do Ministério da Saúde, a vacina oral contra a poliomielite, conhecida popularmente como “gotinha”, deixou de ser usada no Brasil. Ela foi substituída pela versão injetável, aplicada com seringa e agulha.
As crianças já recebiam as três primeiras doses contra a doença na forma injetável aos 2, 4 e 6 meses. Os dois reforços seguintes, porém, aos 15 meses e 4 anos, eram de imunizantes orais. Agora, com a nova determinação, todas as doses serão injetáveis.
De acordo com o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Brasil, a mudança segue uma tendência global de sistemas vacinais feitos exclusivamente com imunizantes injetáveis. Eles são considerados mais seguros do que as vacinas que utilizam o vírus vivo, como é o caso das gotinhas, que podem causar reações severas principalmente em crianças com sistema imunológico mais frágil. “O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, declarou Eder Gatti, diretor do DPNI, em nota oficial.
O QUE É POLIOMIELITE?
A poliomielite, ou paralisia infantil, é causada pelo poliovírus. Ela pode provocar paralisia permanente em pernas e braços. Segundo o Ministério da Saúde, a doença está erradicada no Brasil desde a década de 1990, mas, nos últimos anos, a cobertura vacinal não tem atingido a meta de chegar a 95% da população. A única proteção contra a doença é a vacina.
A gotinha desempenhou papel fundamental na eliminação da poliomielite no Brasil. As primeiras aplicações da vacina Sabin foram feitas em 1961 e, logo depois, começaram as campanhas nacionais de imunização. A alta adesão da população às campanhas — em que um dia inteiro é dedicado à vacinação — resultou na eliminação da doença no país.
O QUE VAI ACONTECER COM O ZÉ GOTINHA?
Para divulgar as campanhas de vacinação contra a poliomielite e garantir que a população comparecesse, o Brasil adotou uma mascote, o Zé Gotinha, que tem o formato de uma gota, em referência ao imunizante oral, e ficou famoso entre as crianças. Mesmo com a mudança para a versão injetável, o governo afirmou que Zé Gotinha continuará sendo o rosto da campanha de vacinação contra a doença.
FONTES: GOV.BR, SCIELO, INSTITUTO BUTANTAN, AGÊNCIA BRASIL E G1.
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