Em uma conversa, uma criança vira para o pai e diz: “Você sabia que o Donald Trump vai se encontrar com o Kim Jong-un?”. O pai, surpreso com o comentário, pergunta: “Onde você aprendeu isso?”. Eis, então, que o filho responde: “Eu li no jornal”. A partir disso, os dois começam a conversar sobre o encontro histórico entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, ocorrido em junho de 2018.

Histórias como essa sempre chegam à redação do Joca. São relatos de pais e educadores que demonstram o quanto nossos leitores, a partir das notícias para crianças e adolescentes publicadas no jornal, passam a entender melhor o mundo à sua volta, adquirindo repertório para participar das discussões da sociedade e desenvolvendo seu senso crítico.

É impossível se desvencilhar das informações!

As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Um jornal direcionado especificamente para elas torna alguns fatos mais acessíveis e mais interessantes. Além disso, contribui para que se sintam valorizadas por ter acesso às mesmas informações que os adultos, podendo conversar sobre os acontecimentos com pais, professores, tios… Sem entender o que se passa ao redor, nossos filhos não se sentem parte da sociedade.

Com o mundo cada vez mais conectado, você certamente já notou que nem só os adultos têm fácil acesso à informação – as crianças também ficam sabendo de notícias por meio das mais variadas formas existentes. Pode ser conversando com amigos, ouvindo conversas entre adultos de seu convívio, pela televisão sempre ligada, durante a pesquisa para um trabalho escolar na internet… Tenho certeza de que você vive essa realidade na sua casa, com seus filhos.

Talvez até já tenha passado pela sua cabeça criar um tipo de bolha protetora ao redor de suas crianças. A intenção parece a melhor de todas: evitar que o ideal de uma infância feliz, sem preocupações, seja destruído dentro de sua própria casa, com a invasão de notícias que nem sempre são agradáveis. No entanto, vivemos em uma era em que os fatos chegam a todos nós – crianças e jovens incluídos – mesmo sem pedirmos.

Já se foi a época em que desligar a televisão ou o rádio e esconder os jornais e revistas impressos secava a fonte dos fatos do dia a dia. Seja na escola, na convivência com o amigo que já tem celular ou no olhar – mesmo que rápido – naquilo que a inseparável tela do pai ou da mãe mostra, a informação vai chegar ao seu filho. E é melhor que chegue com consciência e pelos meios apropriados, como jornais, revistas e sites que se dedicam especialmente a publicar notícias para crianças e adolescentes, aquelas em formato adequado para a sua faixa etária.

A forma como as informações atingem os jovens

Muito mais do que tentar evitar qualquer contato com o que ocorre na atualidade, a preocupação de pais e mães deve morar na seguinte dúvida: será que meu filho realmente entendeu uma notícia que o “atingiu” por um caminho nem sempre fácil de traçar, diante das tantas possibilidades atuais de comunicação? É certo que os adultos, ainda mais em tempos de espaço amplo de manifestação pelas mais diversas redes sociais, têm suas opiniões e convicções estabelecidas. Mas e as crianças e jovens, tão expostos quanto nós à avalanche de fatos que afeta a todos diariamente? Como ajudá-los no processo de ter contato com o mundo e compreender o que ocorre, desenvolvendo seu senso crítico?

Imagine duas possibilidades ligadas a um fato da história recente, que mobilizou o Brasil: o rompimento da barragem em Brumadinho. O que parece mais adequado? Entender as causas da tragédia que tirou a vida de mais de 200 pessoas – e descobrir o que são mineração e barragens? Ou ouvir trechos de uma história, um tanto sem sentido para quem nunca ouviu falar em rejeitos de minério, sobre algo que se rompeu e matou muita gente?

Não tenho dúvidas de que o caminho para construir a capacidade de pensar criticamente e se tornar um cidadão atuante na sociedade passa por entender os fatos da atualidade, independentemente da idade em que estamos. Opinião que compartilho com Natércia Tiba, psicóloga clínica, psicoterapeuta de casal e de família: “Com certeza é muito importante que os filhos entendam o universo e a sociedade onde eles estão inseridos. A notícia, ao ser oferecida de maneira adequada e com linguagem que a criança consiga entender, é muito importante. Dessa forma, a criança vai compreendendo que está inserida em um universo maior”.

Fontes de informação com notícias para crianças e adolescentes são as mais adequadas

É altamente compreensível que nós, como mães e pais, estejamos preocupados com a forma como a informação chega. “A grande dificuldade é como mostrar o que está acontecendo para as crianças, de uma forma adequada”, continua Natércia. Também por isso, deve morar entre nossas preocupações o momento de vida de nossos filhos. “A criança nasce muito egocêntrica e vai descobrindo que tem a mãe, o pai, irmãos, primos… O universo dela vai se ampliando. Por volta de 4 a 5 anos, ela começa a se interessar por outros assuntos. E é importante que os pais leiam notícias para elas, adequadas para essa faixa de idade, como esportes, notícias positivas ou sobre conquistas. Aos poucos, a criança vai começar a ter contato com fatos mais difíceis e mais complexos, que podem ser apresentados na medida em que sua capacidade de compreensão aumenta”, segue nos explicando a Natércia.

Mas e quando a informação chega por uma via que não conseguimos controlar, diante da quantidade de notícias que nos envolve todos os dias? “É importante que os pais estejam por perto para explicar, como se fossem traduzir aquilo que foi contado para uma linguagem mais adequada”, diz Natércia.

Não temos como controlar o que nossos filhos estão lendo ou assistindo o tempo todo, mas temos como incluí-los no debate, compartilhando e discutindo notícias, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitarem o senso crítico. Essa é nossa responsabilidade como pais.

O jornal Joca é um meio de os pais levarem aos seus filhos informações de forma adequada à sua idade. Produzimos conteúdos e notícias para crianças e adolescentes com responsabilidade e comprometimento. Visite nosso site e confira nosso trabalho. Quer conhecer mais? Seja assinante!

Por Stéphanie Habrich, fundadora e diretora-executiva do jornal Joca, o primeiro no Brasil para crianças e adolescentes