Segundo a imprensa local, sede do parlamento e residências de ministros foram incendiadas.
O primeiro-ministro do Nepal, KP Sharma Oli, renunciou ao cargo, em 9 de setembro, em meio a intensos protestos da população contra a proibição de redes sociais, corrupção e situação econômica do país. A maior parte dos manifestantes era composta por jovens, que chegaram a invadir e incendiar o parlamento nepalês e residências de líderes políticos.
Em comunicado, Oli afirmou que sua decisão visa abrir caminho para “novos passos em direção a uma solução política e à resolução dos problemas”. O presidente do Nepal, Ram Chandra Paudel, aceitou a renúncia e iniciou o processo para escolher um substituto.
Na semana passada, o governo bloqueou 26 sites, incluindo Facebook, YouTube e Instagram, alegando que as plataformas não se registraram para cumprir novas regras consideradas essenciais para combater notícias falsas e discursos de ódio. Segundo as autoridades, algumas redes não colaboraram com a Justiça em investigações sobre abusos on-line, fraudes e propagação de conteúdo nocivo por usuários com identidades falsas.
O bloqueio gerou protestos, liderados por jovens de 13 a 28 anos, que se espalharam pelo país. Em resposta, o governo suspendeu a restrição aos sites e decretou toque de recolher. Apesar disso, o movimento, chamado pelos participantes de Protesto da Geração Z, continuou em 8 de setembro na capital, Catmandu, e em outras cidades.
De acordo com a imprensa local, manifestantes invadiram o parlamento e atearam fogo ao prédio. Residências oficiais de ministros, incluindo a do próprio Oli, também foram incendiadas. Alguns políticos precisaram ser retirados em segurança por helicópteros militares.
Além do bloqueio das redes sociais, os jovens protestam contra a corrupção e instabilidade política do país, presente desde 2008, quando a monarquia foi abolida. A situação econômica também preocupa: o desemprego entre os jovens chegou a 20% em 2024, segundo o Banco Mundial, e o governo estima que cerca de 2 mil jovens deixem o país diariamente em busca de trabalho em nações do Oriente Médio e Sudeste Asiático, como Coreia do Sul.
Fontes: G1, CNN Brasil e Associated Press.
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