A tecnologia impacta a forma como o nosso cérebro trabalha
No dia 1º de agosto, uma pesquisa divulgada pela Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne, na Austrália, revelou que a televisão e os games estão associados ao aumento do foco no cérebro, enquanto as mídias sociais estão relacionadas à diminuição dele.
“Descobrimos que diferentes formas de uso de telas, incluindo mídias sociais, estão ligadas a padrões distintos de atividade e estados de humor”, disse Alexandra Gaillard, principal autora do estudo. Além disso, o levantamento mostra que foram necessários apenas três minutos para que fossem causadas mudanças no humor, energia, tensão, foco e felicidade dos participantes.
As telas estão presentes em diversas áreas da vida — entretenimento, estudos, consumo, informação — e podem ser benéficas em muitos aspectos, como popularização de videoaulas, fácil acesso à informação e democratização do conhecimento. Alexandra destaca, porém, que transtornos de humor têm se tornado cada vez mais comuns no mundo e que, por isso, não descarta o papel das telas nesse processo.
O estudo revelou que, ao usar redes sociais, os participantes se sentiam menos focados e apresentavam menor atividade cerebral. Em contrapartida, assistir à TV e jogar foram atividades associadas ao aumento do foco, o que pôde ser mensurado com o maior uso de oxigênio pelo cérebro. Tudo isso foi medido por meio de observação do fluxo sanguíneo, que leva oxigênio a uma região cerebral associada à regulação emocional, atenção, memória e saúde mental.
Por fim, a partir dessas descobertas, feitas com jovens adultos, a pesquisadora chama a atenção para o possível efeito em pessoas ainda mais novas. “Se esse for o efeito em um cérebro totalmente desenvolvido, precisamos considerar urgentemente os impactos em adolescentes e crianças, que estão usando cada vez mais essas tecnologias”, complementa Alexandra.
Uma pesquisa realizada com estudantes da Califórnia, nos Estados Unidos, apontou que 89% deles alteram a velocidade de reprodução de aulas on-line. Mesmo com a possibilidade de facilitar o aprendizado, os resultados indicam que essa rapidez pode ser prejudicial.
Os participantes assistiram ao mesmo vídeo, mas foram divididos em grupos, e cada um viu em uma velocidade diferente. O grupo que assistiu na velocidade 1x obteve as melhores notas; aquele que assistiu em 1,5x teve resultados 2 pontos percentuais inferiores; e o que assistiu à aula em 2,5x apresentou uma queda média de 17 pontos percentuais.
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