Matéria publicada originalmente na edição 244 do Joca
Alguns estados e municípios brasileiros, além do próprio governo federal, estão planejando ações de combate a eventos climáticos extremos. Em junho, o governo de São Paulo lançou o Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc), instrumento importante para o enfrentamento de temporais, enchentes, incêndios e altas temperaturas na região.
Outros governos municipais têm feito planejamentos para as mudanças climáticas, como Recife (PE), Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG), que é pioneiro na dedicação ao assunto (veja o caso da capital mineira abaixo).
Já o governo federal está elaborando ferramentas com diretrizes nacionais que a presidência deve seguir até 2035. São eles: Plano Clima – Adaptação e Plano Clima – Resiliência. Esses projetos vêm sendo estruturados desde 2023, por 23 ministérios, e serão consolidados ainda antes da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro.
A importância de cidades preparadas
Pioneiro no país, o Plano Local de Ação Climática, de Belo Horizonte (MG), discute o assunto com a sociedade desde 2006. Ana Paula Barbosa, da Secretaria de Meio Ambiente da capital mineira, falou com o Joca sobre a razão de o planejamento das cidades ser fundamental. Confira:
“Em escala nacional [em todo o território brasileiro], os maiores emissores de Gases de Efeito Estufa são o desmatamento e a agropecuária. Mas em Belo Horizonte, o cenário é distinto, porque nosso território é todo em área urbana e os maiores emissores de gases vêm do transporte. Por isso, nossas ações precisam ser diferentes de outras regiões, levando em conta as vulnerabilidades específicas do município. Já governantes que não conhecem seu contexto e não têm um plano não alcançam resultados efetivos.
Belo Horizonte tem cerca de 700 quilômetros de rios e córregos e uma superfície pavimentada, que não absorve as chuvas, cada vez mais intensas: na última década, 75% das chuvas se concentraram nos cinco anos mais recentes. Por isso, precisamos ter diversas estratégias para conter inundações. Além disso, nos últimos três anos, as temperaturas máximas estão muito acima daquelas registradas na década anterior.
É muito importante desde cedo entender as causas e consequências das mudanças climáticas, porque isso interfere na nossa sobrevivência. As emissões de Gases de Efeito Estufa são resultado das escolhas que fazemos, seja de consumo, de como lidar com a água ou a vegetação. Se fizermos um pacto para fazer outras escolhas, podemos reverter os danos e salvar muitas vidas”.
Fontes: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Prefeitura de Belo Horizonte e governo federal.
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