O governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou, em 15 de julho, a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, por determinação do presidente Donald Trump. A apuração será conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), órgão responsável por cuidar das relações comerciais do país, que enviou uma carta às autoridades brasileiras informando a medida.

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De acordo com o documento, o objetivo da investigação é entender se o Brasil está tomando atitudes que prejudicam empresas e profissionais dos EUA.

Um dos principais pontos citados na carta é a venda de produtos falsificados. A região da rua 25 de Março, na cidade de São Paulo, é apontada como um dos maiores centros de comércio de produtos piratas no mundo. Segundo o USTR, apesar das frequentes operações policiais, o país não tem conseguido combater a pirataria de maneira eficiente, o que estaria afetando negativamente trabalhadores norte-americanos das áreas de inovação e criatividade.

Outro assunto mencionado é o uso do Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro. Segundo o documento, a promoção do Pix como método preferencial pode dificultar a competição com companhias estrangeiras que atuam na área de pagamentos.

Além disso, o documento fala sobre outros temas, como o combate ao desmatamento ilegal, as tarifas cobradas sobre produtos de determinadas nações e as taxas elevadas aplicadas ao preço do etanol importado dos EUA.

O USTR já solicitou conversas formais com o governo brasileiro e uma audiência pública está marcada para o dia 3 de setembro. Empresas e entidades interessadas poderão enviar comentários até 18 de agosto.

Glossário

Audiência pública: reunião aberta, promovida por órgãos públicos ou outras instituições, em que pessoas, empresas e organizações podem dar opiniões sobre um assunto antes que o governo tome uma decisão.

Etanol: combustível feito a partir de plantas, como cana-de-açúcar ou milho. É usado principalmente em carros e considerado uma opção mais limpa do que a gasolina.

Fontes: G1, Veja e InfoMoney