Relatório da OMM destaca os impactos na vida marinha e o deslocamento de milhares de moradores na região
A temperatura da superfície dos mares no Pacífico Sudoeste atingiu, em 2024, o maior nível desde 1991. A informação está no “Relatório do estado do clima no Pacífico Sudoeste de 2024″, divulgado, em 5 de junho, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O documento alerta para os efeitos das mudanças climáticas na região, que abrange países como Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Malásia, Indonésia, Filipinas e diversos arquipélagos do Pacífico. E os impactos vão além do território: segundo o relatório, cerca de 10% da vida marinha foi afetada pelo aumento das temperaturas nos oceanos.
Já quando se fala da população humana, é destacado que aumento do nível do mar, erosão costeira, inundações e derretimento de geleiras vêm forçando milhares de pessoas a deixar o local em que moram. O relatório estima que, a cada ano, cerca de 50 mil moradores são deslocados em função desses eventos climáticos.
Um dos casos mais graves ocorre na Ilha de Serua, em Fiji. Lá a combinação de maré alta, erosão e enchentes fez com que residências ficassem debaixo d’água e plantações fossem destruídas. Em alguns momentos, a água tomou todo o espaço que antes era terra, fazendo com que fosse possível atravessar toda a ilha de barco.
Diante da situação, o governo ofereceu suporte para a realocação dos moradores. No entanto, muitos se recusaram a sair. Isso porque, para as comunidades indígenas da região, a terra tem um significado muito maior do que só o lugar onde se vive, ela representa uma conexão ancestral e espiritual com o território, os antepassados e a identidade coletiva daquele povo.
Nas Filipinas, os eventos climáticos também se intensificaram. Só em 2024, foram 12 ciclones registrados na região, número superior à média dos últimos anos. O dado, por si só, já chama a atenção. E, somado aos demais apontamentos do relatório, reforça o alerta sobre o agravamento das condições climáticas em todo o Pacífico Sudoeste.
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