No dia 27 de abril, estreia a série A Garota Que Eu Gosto nas redes sociais. Criada e roteirizada por Felipe Sali (editor do Joca), a produção adapta a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, para a atualidade, em uma linguagem jovem. O trio principal é interpretado por Yasmin Azevedo (Capitu), Jooj Natu (Bentinho) e Victor Flamini (Escobar). Carlos Eduardo, de 9 anos, morador de Belo Horizonte (MG), entrevistou os atores e ficou por dentro do lançamento

Quando vocês decidiram atuar? 

Yasmin Azevedo: eu tinha 9 anos quando comecei a fazer teatro em uma Organização Não Governamental (ONG). Meu professor estava montando uma peça chamada Saltimbancos, um musical incrível. Cheguei em casa e já comecei a pesquisar escolas de teatro. Falei para minha mãe que queria ser atriz — e nunca mais desisti dessa ideia. Victor Flamini: quando eu tinha mais ou menos 6 anos, comecei a participar das peças de teatro do grupo da minha igreja. Aí passei a estudar, depois fiz cursos mais voltados para televisão, cinema… E foi aí que me identifiquei ainda mais.

E Jooj, por que você decidiu produzir conteúdo para a internet? 

Jooj Natu: a ideia surgiu porque eu e meus irmãos queríamos fazer marketing das nossas músicas sem precisar pagar nada [Jooj integra um grupo com os irmãos, chamado Natu Rap]. Hoje continuamos produzindo conteúdo para a internet por diversos motivos.

O gosto pela literatura ajuda um ator na construção dos personagens? 

Yasmin Azevedo: com certeza. Sou uma atriz que gosta muito de ler, e isso faz uma diferença enorme. A leitura traz muitas descobertas. Ler é ótimo para ativar o nosso imaginário como atores. Além disso, quando vamos interpretar um personagem, geralmente recebemos apenas o roteiro e precisamos trabalhar a partir do que está escrito no papel.

Vocês acreditam que uma adaptação de Machado de Assis para YouTube e TikTok pode estimular os jovens a ler a obra original? 

Jooj Natu: eu genuinamente acredito que essa adaptação de Dom Casmurro pode levar mais pessoas a ler a obra do Machado de Assis. Muita gente tem certa resistência porque não sabe do que a história realmente trata. Abrir a porta para esse universo por meio de vídeos — ainda mais com uma série tão bem produzida como a nossa — é uma forma incrível de despertar o interesse.

Qual a diferença entre gravar série para TV e internet? E quais foram os maiores desafios? 

Victor Flamini: para internet, tudo acontece muito mais rápido. O grande desafio foi lidar com a autocobrança e as expectativas de todo mundo. Nesse trabalho, a gente ainda teve que atuar em inglês [uma versão da série nesse idioma foi gravada para ser exibida fora do Brasil], o que foi bem difícil, mas, ao mesmo tempo, divertido! Jooj Natu: a minha experiência na internet me ajudou bastante, mas não tem como não ficar nervoso quando há outras pessoas contracenando com você — é algo a que não estou acostumado. Nos meus vídeos, normalmente sou eu interpretando comigo mesmo. Gravo todas as falas e, depois, vou organizando tudo na edição. Então, fiquei bastante intimidado no começo, mas todo mundo me apoiou, principalmente os atores mais experientes. Sou muito grato por isso.

Yasmin, como foi interpretar uma personagem intrigante e misteriosa como a Capitu? 

Yasmin Azevedo: foi uma experiência maravilhosa. O que mais gostei foi desse ar intrigante da personagem — todo mundo se pergunta o que passa na cabeça dela. E são exatamente essas perguntas que eu também me faço o tempo todo. Eu amava conversar com as pessoas sobre o que elas achavam das atitudes da Capitu. Na nossa série, especificamente, temos uma Capitu muito amável, e logo de cara percebi o carinho que as pessoas sentiam por ela. Esse papel foi muito importante para mim.

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