Idosos do Creci durante apresentação do projeto O Poder do Conto. Crédito de imagem: reprodução de Facebook/O Poder do Conto

Para muitas pessoas, a infância e a velhice são vistas como fases que ficam nos “extremos” do ciclo da vida. No entanto, a distância entre esses dois momentos pode não ser tão grande quanto parece. Na Emei Armando de Arruda Pereira, em São Paulo, os alunos de todas as salas dos anos de educação infantil participam de um projeto interativo com o Centro de Referência de Educação e Cidadania do Idoso (Creci), iniciativa da Prefeitura de São Paulo que oferece atendimento individual e coletivo para a população idosa. 

Uma vez por mês, membros do Creci vão até a Emei e realizam um trabalho de contação de histórias chamado O Poder do Conto. Com os alunos, eles encenam, emocionam-se e narram histórias dos mais variados tipos e formatos: com peças, músicas e muito mais. Além disso, as crianças visitam o Creci e participam de atividades e encontros com os idosos. Em alguns momentos da contação de história, quando as palavras faltam de um lado, são completadas pelo outro. 

Bonecos e fantoches utilizados durante as contações de histórias. Crédito de imagem: reprodução de Facebook/O Poder do Conto

“As próprias crianças se juntam a eles para lembrar o fim da história. Muitas vezes, são narrativas criadas e escritas pelos idosos. Algumas crianças não convivem com os próprios avós, então é muito interessante ver essa interação. Percebo uma satisfação muito grande de ambas as partes”, diz André Cabral Panachi, assistente de direção da Emei.

“Eu adoro ir para lá [Creci], porque escutamos histórias, músicas, é muito divertido, muito legal. E, além de ouvir as histórias e músicas, comemos todos juntos”, relata Lorena G., 5 anos.

Feira de Empreendedorismo 

Já no Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, anualmente acontece a Feira de Empreendedorismo, evento realizado com os alunos do 1° ano do ensino médio. Na ocasião, os estudantes desenvolvem e apresentam produtos baseados no eixo temático da feira, que, em 2024, foi “Produtos para a melhor idade”.

Diferentes grupos de jovens pensaram em soluções e serviços que, com a tecnologia, seriam aliados para dar mais acessibilidade a essa parcela da população.

“No ano passado, trabalhamos com os estudantes uma matéria que falava sobre o aumento da expectativa de vida. Com isso, surge o problema de que as empresas continuam produzindo a maioria dos itens apenas para a população jovem e adulta. Olhando esse nicho de mercado e essa dor, pensamos: ‘Por que não criar produtos que atendam a população mais velha?’”, explica Paulo Rogério, coordenador da Escola de Negócios do Visconde.

A iniciativa é uma forma de os estudantes criarem mais contato com universidades — instituições como a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) participam durante a elaboração dos projetos, por exemplo — e o mercado de trabalho. Além de realizar pesquisas de campo e aulas expositivas, os alunos realmente colocam a “mão na massa” e concluem o produto. 

Alunos durante a Feira de Empreendedorismo de 2024. Crédito de imagem: divulgação Colégio Visconde de Porto Seguro

Entre as soluções apresentadas pelos jovens, estavam uma camisa com sensores para otimizar treinos físicos, agências de viagens voltadas ao público mais velho e veículos com tecnologias que garantem uma direção mais segura. Nos estandes os visitantes podiam experimentar os protótipos de cada ideia, além de acessar as redes sociais e os sites de cada grupo, que criaram também as empresas por trás de cada item.

Pedro C., de 15 anos, elaborou com seu grupo um jogo digital que simula um carrinho de rolimã, permitindo que os mais velhos guiem o veículo utilizando um leme de pé impresso em 3D. Todo o projeto visual do game foi inspirado nos anos 1970, buscando trazer uma experiência nostálgica aos jogadores.

“Eu, particularmente, adoraria que essa tecnologia fosse utilizada para meu benefício no futuro. Sei que, quando for idoso, a geração atendida por um projeto como esse não será a mesma, e sim os jovens de hoje, que cresceram com brincadeiras diferentes. No entanto, uma simples atualização me ajudará a continuar fazendo o que gosto, permitindo aliar atividade física a muita diversão”, conta Pedro sobre a ideia do jogo.

Catarina L.., de 16 anos, elaborou com outros estudantes uma agência de viagens especializada para o público 60+.  “Observando pessoas nessa faixa etária, percebemos que muitas tinham dificuldades no planejamento e na execução de viagens. Eu gostaria que essa tecnologia me ajudasse no futuro, com certeza”, conclui a jovem. 

Alunos durante a Feira de Empreendedorismo de 2024. Crédito de imagem: divulgação Colégio Visconde de Porto Seguro

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