#pracegover: Illan, que usa camiseta cinza e óculos de grau no rosto, segura uma pilha de livros nas mãos. Crédito de imagem: @DOMESTIKA E ARQUIVO PESSOAL

Ilan Brenman afirma que, antes de tudo, é um contador de histórias. Elas surgem de diferentes fontes de inspiração: leituras, momentos com as filhas, conversas e lembranças. Com essas histórias, o autor já publicou mais de 80 livros e tem obras traduzidas para línguas como alemão, francês, romeno, grego, italiano, espanhol, polonês, sueco, dinamarquês, turco e vietnamita. Autor do famoso Até as Princesas Soltam Pum (2008), Brenman conquistou o Prêmio Jabuti de 2024 nas categorias Melhor Livro Infantil e Ilustração, com Cabo de Guerra, escrito em parceria com Guilherme Karsten. Sarah W., 12 anos, e Manu V., 10 anos, participantes do Clube do Joca, entrevistaram o autor para saber um pouco mais sobre como é seu processo de criação. Confira:

Qual foi sua inspiração para ser escritor? 

Quando eu era criança, não imaginava que seria escritor. Quando pequeno, queria ser coisas que as crianças da minha geração queriam, como jogador de futebol, o Homem-Aranha e até um personagem de uma série chamado Homem-Biônico. Isso de virar escritor aconteceu com 18 anos, quando comecei a trabalhar com crianças e, em uma escola, uma delas me pediu para contar uma história. Eu respondi que não sabia, e uma menina disse: “Então inventa”. Comecei a inventar histórias e nunca mais parei.

Como surgem os temas dos livros infantis? 

Eles são encomendados pelas editoras ou influenciados por sua vida cotidiana? As editoras encomendam temas para muitos autores. Eu tenho cerca de 80 livros publicados no Brasil e 40 traduzidos mundo afora. Destes, pouquíssimos foram encomendados, mas acontece, sim. Quase 100% do que fiz nasce de uma vontade, inspiração ou do olhar para as minhas filhas, coisas de que falávamos e me traziam histórias. Também me inspiro em histórias antigas árabes, chinesas, indianas e muito mais, frutos de pesquisas que amo fazer.

Dos livros que você escreveu, qual é o seu favorito? 

Eu amo cada livro que faço. Estudo cada detalhe, da ilustração à capa e ao papel. Tudo tem muito carinho e seriedade. Acho que amo todos, porque todos eu quis fazer. O mais comentado até hoje é Até as Princesas Soltam Pum, muito conhecido e querido pelo público.

Como é sua rotina de escrita? Ela muda quando você escreve para faixas etárias diferentes? 

Minha rotina é a mesma. Quando crio, não penso na faixa etária — isso é decidido depois. Faço a história que vem à minha cabeça e, depois de pronta, vejo qual público pode abraçá-la. Tenho uma coleção chamada Bebê Leitor, mas não a fiz pensando em bebês. A faixa etária se define conforme a história se constrói, e não significa que outras crianças, mais velhas ou mais novas, também não possam gostar do livro.

O que você busca transmitir ao público com seus livros? 

Para ser sincero, eu não penso muito nas mensagens que a obra pode passar quando escrevo. Quero me divertir e me emocionar. Claro, depois de pronta, a história transmite mensagens, mas isso acontece naturalmente. Por exemplo, o livro Até as Princesas Soltam Pum muita gente acha que escrevi pensando em humanizar as princesas, de mostrar como todo mundo é igual; mas não, a história surgiu depois de um episódio em que minha filha soltou um pum de verdade, foi uma cena engraçada, e a história me veio à cabeça. Não é a mensagem que me move, é a história.

Recentemente, o Brasil aprovou uma lei que proíbe celulares nas escolas. Você tem um livro, chamado Desligue e Abra, que fala sobre isso. Como a literatura pode ser um antídoto para esse desafio? 

Temos certeza de que o livro é um antídoto. Quando você tira o celular, precisa de algo no lugar. O problema é o uso excessivo, não o aparelho em si. O celular faz com que você esteja no mundo, ele está em todo o mundo, e o livro pode trazer esse equilíbrio, acalmar a mente. Eu sempre falo que o livro cria luz de dentro para fora e a tela, de fora para dentro. Então, com o livro, você cria conexões, tem a relação do próprio livro com o leitor, entre o leitor e o pai, o professor, o livro cria diferentes relações.

Qual é o processo para participar do Prêmio Jabuti? E qual foi sua reação ao ganhar? 

O Jabuti é um prêmio muito importante da literatura brasileira. A editora inscreve o livro, depois uma curadoria avalia e escolhe os dez melhores. Em seguida, seleciona os cinco e, por fim, o vencedor. Só de estar entre os dez já é o máximo!

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