A arte circense, para além do espetáculo de luzes e acrobacias, envolve atividades que requerem um longo período de prática e estudo. Esse aprendizado pode acontecer de diferentes modos — inclusive durante a infância. Na cidade de São Paulo, o projeto Fábrica de Cultura, iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, oferece gratuitamente aulas de circo para o público infantil e jovem. Em 2022, dentro do projeto foi criado o Folia, programa de formação profissionalizante em circo para aprendizes que já foram alunos da Fábrica ou de outros cursos.

#pracegover: homem faz uma ponte invertida com o corpo. Em cima da barriga uma mulher está se equilibrando com o corpo curvado, segurando os pés com as mãos. Ao fundo há pessoas vendo a cena e, ao lado deles, há uma bicicleta e um guarda-chuva. Crédito de imagem: RICARDO PIMENTELL E ARQUIVO PESSOAL

Para Rodrigo Matheus, coordenador do Folia, a iniciativa é uma oportunidade para jovens se prepararem para trabalhar no mercado da arte circense, além de desenvolver aspectos socioculturais importantes. “É o único curso desse tipo que paga uma bolsa de estudos, uma ajuda de custo, vale-transporte e vale-refeição para os aprendizes. Tanto o conhecimento artístico como especificamente a linguagem do circo empoderam a pessoa, deixam-na com um grau de confiança em si mesma que é muito potente”, explica Matheus.

Nos cursos da Fábrica e do Folia são oferecidas várias aulas, como de malabares, acrobacias, aéreos e equilibrismo. Além disso, no Folia, há o ensino de disciplinas teóricas como filosofia, política das artes e funcionamento do corpo.

#pracegover: mulher está caminhando com a cabeça para cima. No queixo, ela equilibra um palito comprido, com um prato na ponta. A cena é vista por várias crianças. Crédito de imagem: RICARDO PIMENTELL E ARQUIVO PESSOAL

Para Luiz Augusto, educador de aulas de circo para crianças e jovens da Fábrica, a diversidade tem muita importância no ambiente das aulas. “Temos aprendizes que já praticaram, aqueles que nunca tiveram contato, outros que possuem afinidades. Tudo isso é um coletivo que inclui crianças, jovens, pessoas distintas. Ensinando a arte, no nosso caso a do circo, também trabalhamos o cuidado com o outro”, ressalta Luiz.

“É uma experiência legal, pois nunca tinha feito arte. Eu gosto de superar meus medos — por exemplo, nunca tinha feito esquadro na lira [movimento realizado na lira, uma grande argola aérea] e agora já consigo”, comenta Isadora B., de 12 anos.

Circo dentro da escola 

Em Santos, no litoral paulista, o Colégio Jean Piaget oferece aulas de aprofundamento em circo no contraturno. Esse ensino trabalha a consciência corporal dos praticantes, além de estimular disciplinas como a palhaçaria, arte voltada especificamente para o universo dos palhaços. “É bem legal, a gente aprende várias coisas: a dar cambalhota, fazer avião… Eu adoro. O circo me deixa feliz, me ajuda na parte motora, a ter mais flexibilidade”, diz Marina C. P., 8 anos.

Tatiana Luz, coordenadora do aprofundamento em circo, afirma que as aulas têm forte influência no aspecto cognitivo e emocional dos alunos. “É interessante perceber também a maneira como eles passam a ver a arte não apenas como um hobby, e sim como uma profissão”, finaliza.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 228 do jornal Joca.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (0)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido