Arte: Milena Branco

Você sabe por que 20 de novembro é feriado em algumas cidades do Brasil? Nesta data é celebrado o Dia da Consciência Negra, para refletir sobre a cultura africana e sua importância para a história do Brasil.

De acordo com Rodney William, doutor em ciências sociais e considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das cem pessoas afrodescendentes mais influentes de 2019, a data também é necessária para que todos os brasileiros pensem no futuro que querem construir. “É uma forma de denunciar o processo de exclusão e o genocídio [extermínio de uma comunidade ou povo] da população negra, um chamado para que todos os brasileiros assumam o compromisso de combater o racismo e construir uma sociedade mais justa e igualitária”, explica.

O especialista ainda defende que é necessário encontrar uma solução para o racismo, problema que atinge a população negra diariamente. “A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado, mulheres negras são a maioria das vítimas de feminicídio [quando o que leva à morte de uma mulher é o fato de ela ser mulher] e a expectativa de vida para um negro é muito inferior à de um branco.” Segundo ele, essas mortes não podem ser consideradas “normais”, por isso a luta antirracista tem que se tornar uma questão que deve ser defendida por todos, inclusive por pessoas brancas. 

Para que os nossos leitores saibam mais sobre personalidades importantes para o movimento negro, Rodney contou um pouco sobre a vida de algumas delas. Confira a seguir.

Zumbi dos Palmares (1655-1695) 

Estátua em homenagem ao Zumbi dos Palmares em São Paulo (SP). Foto: Wellington Da Costa Gomez/Wikimedia Commons

Um dos grandes líderes da história do Brasil, é considerado herói nacional. Comandou o Quilombo dos Palmares (quilombos eram espécies de aldeias acolhiam, por exemplo, os negros que fugiam das fazendas onde eram escravizados), local que chegou a abrigar uma população de 30 mil habitantes, composta por negros fugidos, índios e brancos pobres. Zumbi é o grande símbolo da resistência negra e da luta contra a escravidão. O Dia da Consciência Negra é uma homenagem a ele, pois foi nessa data que ele foi preso em uma emboscada e morto, em 1695.

Tereza de Benguela (1700) 

Tereza de Benguela. Foto: Wikimedia Commons

Líder do Quilombo do Quariterê, no Pantanal, abrigou, além dos negros fugidos, indígenas e mestiços. Em sua homenagem, é celebrado, em 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.

Dom Obá (1845-1890) 

Dom Obá II. Foto: A. Lopes Cardoso/Wikimedia Commons

Cândido da Fonseca Galvão, também conhecido como Dom Obá II D´África, foi um fidalgo (membro da nobreza) e militar brasileiro. Filho de africanos e neto do rei Abiodun, governante do Império de Oyo, era também conhecido como “príncipe do povo”. Alistou-se voluntariamente para lutar na Guerra do Paraguai e, em virtude da grande bravura que demonstrou, foi condecorado como oficial honorário do Exército brasileiro. Foi amigo pessoal do imperador D. Pedro II e defensor da monarquia brasileira. Atuou na campanha abolicionista e no combate ao racismo. 

Lélia Gonzalez (1935-1994) 

Lélia Gonzalez. Foto: Cezar Loureiro/Wikimedia Commons

Uma das maiores intelectuais do movimento negro. Formou-se em história e filosofia e foi professora da rede pública. Mestre em comunicação social e doutora em antropologia política, dedicou-se a pesquisas sobre relações de gênero e etnia. Foi professora de cultura brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde chefiou o Departamento de Sociologia e Política.

Conheça mais duas personalidades negras, internacionais, de importância histórica:

Martin Luther King (1929-1968)

Martin Luther King. Foto: Bettmann/colaborador/Getty Images

Nascido nos Estados Unidos, tornou-se símbolo mundial da luta contra o racismo em uma época em que os negros do seu país sofriam uma situação de segregação social e racial (as crianças negras tinham que estudar em escolas diferentes das brancas, entre outras restrições). Ele é considerado o líder do movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA e, por sua atuação como ativista, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1964.

Malcolm X (1925-1965)

Malcolm X. Foto: Bettmann/colaborador/Getty Images

Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X, já nasceu em uma família que lutava pelos direitos das pessoas negras, nos Estados Unidos. Ele defendia que o pai, um importante ativista, havia sido morto por um grupo que dizia que os brancos eram uma raça superior às outras. Desde cedo, dedicou-se ao ativismo e, no seu trabalho como jornalista, costumava escrever artigos que defendiam os direitos das pessoas negras. Foi morto em 1965, enquanto ministrava uma palestra – oficialmente, ainda existem dúvidas sobre quem foram seus assassinos.

Fontes: Brasil Escola, Britannica, CNN Brasil, eBiografia e Poder Judiciário – Estado do Rio de Janeiro.

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Comentários (4)

  • Heitor Chaves

    2 anos atrás

    Gente eu ainda não entendo porque os brancos se acham tão superiores sendo que os negros fazem grande importância para nós e sempre farão.

  • Dica de Livro | Uma história sobre o orgulho de ser negro – Jornal Joca

    2 anos atrás

    […] […]

  • Giovanna Fernandes Couto Marcolino

    2 anos atrás

    Adoro esse feriado pois e uma data que representa muito nosso Brasil

  • pietrafialho.costa@alu.escola0arque.com.br

    2 anos atrás

    Muito bom.

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