O gaúcho Ronaldo de Azevedo é formado em jogos digitais e bem mais conhecido na internet pelo nome de Gato Galáctico. Ele divide seu tempo entre diversos canais do YouTube, como Turma do Cueio e Desnecessauro, que trazem séries de animação dirigidas por ele — além do que leva seu nome artístico, em que faz desafios, joga videogames e compartilha acontecimentos da vida dele com quase 14 milhões de inscritos.

Para conhecer melhor a trajetória de um youtuber famoso e o Ronaldo, o leitor Heitor S., 8 anos, bateu um papo com ele — e ainda descobriu dicas de como seguir essa carreira. Confira a entrevista.

De onde vem o nome Gato Galáctico?
Existem várias explicações, mas a mais simples é que eu sou apaixonado por gatos. Eu acho que eles são animais incríveis, porque são misteriosos, divertidos, engraçados… e a gente não consegue domesticá-los completamente. Eles têm uma rebeldia que eu acho muito interessante. E também sou muito fã de astros e galáxias, então eu uni os dois. Como era um nome para animações, eu queria algo que remetesse à diversão e lembrasse desenhos animados.

De onde você tira as ideias para fazer os vídeos?
A gente tem uma equipe grande. No começo do projeto do Gato Galáctico, eu usava mais a minha intuição e tentava falar sobre coisas de que gostava, então focava muito nas minhas vontades e no que sentia que era um conteúdo bom, saudável, educativo e responsável. Hoje, o conteúdo é 30 vezes mais saudável e mais responsável, porque a gente tem uma equipe de pedagogos e roteiristas e não deixa passar nada que possa ser irresponsável para o público que a gente atinge. Quanto mais pessoas estão assistindo, mais precisamos ter responsabilidade para transmitir boas mensagens.

Como você desenha tão bem?
Eu não sou um bom desenhista, conheço milhões de desenhistas melhores do que eu. Mas eu sempre tive sensibilidade em criar — talvez não o desenho em si, mas a criação no geral, como para inventar personagens, mundos e relações entre os personagens. É uma coisa que eu faço desde criança, até porque, durante a minha infância eu não tive muitos amigos, então criava os personagens para, de certa forma, ser um pouco meus amigos e eu não me sentir tão sozinho. Então acabei desenvolvendo uma sensibilidade artística maior para poder criar, imaginar e colocar tudo isso no papel ou no YouTube.

Você pensou em fazer outra coisa relacionada à arte?

Por mais que eu não demonstre muito essa parte da minha vida pessoal no YouTube, eu sou formado em jogos digitais e tenho mestrado [curso feito depois de terminar a faculdade] em ilustração. Eu segui o ramo acadêmico de artes, mas não quis fazer doutorado porque a carreira acabou dando certo antes disso. Mas eu fazia animações em 3D, já trabalhei para filmes animados e fiz bastante coisa ligada à arte. As outras coisas estavam dando certo, mas o YouTube deu bem mais, então acabei continuando. Hoje, além do canal do Gato Galáctico, tem o Turma do Cueio, que é um canal de animação de que sou diretor, e o Desnecessauro, que a gente vai lançar agora também, uma série de animação que eu dirijo. Também vai ter muita coisa de animação que estou dirigindo que ainda vai sair, vai ser demais!

Um dia vou ser um youtuber igual a você. O que você faz para ser um youtuber tão bom?
Eu não sei [risos], acho que isso é você quem tem que me falar. Eu me esforço, tento ter o maior número de responsabilidades nas minhas costas, me divirto e gosto de pensar que estamos fazendo alguma coisa pelo futuro, principalmente pelo futuro de crianças e adolescentes que nos acompanham. Então gosto muito de transmitir bons valores e boas mensagens. Se você acha bom, eu fico muito feliz!

O que você faz para se divertir?
Atualmente, eu gosto muito de fazer exercícios. Por estar muito envolvido no digital, estou quase sempre sentado na cadeira. Então, quando eu tenho tempo livre, gosto de correr, fazer musculação ou jogar bola.

Eu me esforço, tento ter o maior número de responsabilidades nas minhas costas, me divirto e gosto de pensar que estamos fazendo alguma coisa pelo futuro, principalmente pelo futuro de crianças e adolescentes que nos acompanham.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 164 do jornal Joca.

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