Desde 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, diversas cidades brasileiras registram manifestações contra o racismo que começaram após a morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, na noite do dia 19, depois de sofrer agressões físicas de seguranças em uma loja do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS). Os dois homens que participaram da ação foram presos. De acordo com a Brigada Militar da cidade, a agressão começou após um desentendimento entre João Alberto e uma funcionária do mercado.

As manifestações aconteceram, principalmente, em frente a lojas da rede Carrefour e foram registradas em locais como Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Porto Alegre, Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e São Paulo (SP).

Na capital gaúcha, na noite do dia 20, milhares de pessoas se reuniram em frente ao supermercado em que João Alberto morreu. O grupo chegou a colocar fogo em um canteiro do estabelecimento. Em São Paulo, a avenida Paulista, um dos principais pontos da cidade, amanheceu em 21 de novembro com a frase “Vidas Pretas Importam” pintada no asfalto. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apoiou a ação, bloqueando parte da via para a pintura, realizada por um grupo de artistas.

O caso está sendo comparado ao de George Floyd, nos Estados Unidos, morto após uma abordagem policial em 25 de maio. O acontecimento levou a uma série de protestos antirracismo pelo mundo — saiba mais na edição 151 do Joca.

João Alberto Silveira Freitas trabalhava em serviços de conserto e jardinagem. Ele tinha quatro filhos. As investigações sobre a morte seguem com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

Protesto, dia 22 de novembro, pela morte de João Alberto, em frente ao CarrefourManilha, em Niterói (RJ) | #pracegover: pessoas diante do Carrefour em protesto, segurando cartazes com dizeres como “Vidas pretas importam”. Foto: Luis Alvarenga/Getty Images

O que diz o Carrefour?
Em uma rede social e em português, o francês Alexandre Bompard, presidente global do Carrefour, disse no dia 20 de novembro que considerou as imagens do ocorrido em Porto Alegre “insuportáveis”. “Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência”, afirmou ele, que também expressou seus “profundos sentimentos” pela morte de João Alberto.

Bompard pediu “uma revisão completa das ações de formação de colaboradores e terceirizados [pessoas de empresas contratadas para prestar um serviço] em questões de segurança, respeito à diversidade e valores de respeito e repúdio à intolerância”.

Em nota, o Grupo Carrefour afirmou que vai romper o contrato com a empresa que era responsável pelos seguranças que participaram da morte de João Alberto na loja de Porto Alegre.

Apoio internacional
Em 21 de novembro, o movimento norteamericano Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em inglês) publicou uma mensagem de apoio aos protestos brasileiros em uma rede social. A publicação também sugeriu um boicote internacional à rede de supermercados Carrefour. O movimento luta contra o racismo nos Estados Unidos.

O que é racismo?
De acordo com o Portal Geledés, do Geledés Instituto da Mulher Negra, racismo é um conjunto de práticas de determinada raça/etnia que, estando em situação de favorecimento social, coloca outra(s) raça(s) em situação desfavorável. O racismo acontece, por exemplo, contra negros e indígenas.

Fontes: Agência Brasil, Estadão, Folha de S.Paulo, G1, Gaúcha ZH, página do Twitter de Alexandre Bompard e O Globo.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 161 do jornal Joca.

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Comentários (2)

  • Manuela Denadai

    3 anos atrás

    é bem errado matar um homem só por que ele tem pele escura

  • HELENA

    3 anos atrás

    O racismo é completamente INJUSTO, pois as pessoas sofrem muito por causa da sua cor da pele. E isso é crime , e não devemos ser racistas por isso é errado.

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