Terceira parte da reportagem “Livros, filmes, músicas…O que crianças e adolescentes podem ter acesso?”.
Há muitas crianças e adolescentes brasileiros usando a internet. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, feita pelo CETIC (Centro Regional de Estudos Para o Desenvolvimento da Informação), 82% dos indivíduos entre 9 e 17 anos tinham acesso à rede em 2017.
No meio digital, há poucas ferramentas que ajudam a limitar o acesso a conteúdos que não são próprios para os menores, como explica Luciana Corrêa, coordenadora da área de pesquisa sobre Famílias e Tecnologia do ESPM Media Lab. “Na internet, não existe o mesmo rigor que há no cinema, por exemplo, que tem uma grande variedade de restrições.”
David Athias, do departamento de classificação indicativa, diz que, na rede, a quantidade de conteúdos publicados é muito grande e que seria quase impossível para o órgão classificar todos os itens disponibilizados on-line todos os dias. A única forma, segundo ele, de estabelecer uma indicação de idade para as produções virtuais seria contando com a participação dos usuários, que passariam a sugerir a faixa etária adequada para cada produto.
“Mas esse procedimento, na minha opinião, não seria adequado. Como o usuário não entende os critérios de classificação, a recomendação poderia ser aleatória e ineficiente”, diz.
Diante da ausência de classificação indicativa para conteúdos on-line, Luciana sugere que jovens e adultos adotem algumas estratégias para evitar que os menores de idade consumam conteúdos inapropriados. Às crianças e adolescentes, a especialista recomenda que sempre conversem com os responsáveis sobre os itens que estão acessando na rede. Já aos pais, ela ressalta a importância de acompanhar as informações que estão sendo vistas pelos filhos na internet. “Os adultos devem perguntar: “o que você viu hoje?”, “Qual é o seu canal preferido?”, “Por quê?” São perguntas básicas, mas que ajudam a limitar o acesso a vídeos inadequados, por exemplo.”
Dica: o aplicativo Youtube Kids disponibiliza vídeos voltados apenas para crianças, como animações e curtas de animais. Quem é menor de idade pode assistir sem medo de encontrar conteúdos inapropriados.
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