Interessadas na área de zoologia, Ana Favre Tardelli e Alice Rebouças Guimarães conversaram com a bióloga Sônia Lopes, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, especializada em zoologia e oceanografia biológica
Interessadas na área de zoologia, Ana Favre Tardelli e Alice Rebouças Guimarães, de 11 anos, alunas do Colégio Rainha da Paz, escreveram para o Joca a fim de saber mais sobre a área. E conversaram com a bióloga Sônia Lopes, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, especializada em zoologia e oceanografia biológica. Vamos conferir o que elas descobriram?
O que é preciso para ser um zoólogo?
É necessário fazer biologia. A partir daí, você pode se especializar na área de zoologia, que é o estudo dos animais. Isso significa estudá-los por inteiro, desde parte molecular, ambiente em que vivem, tudo. É uma área muito ampla.
Por que você escolheu a zoologia?
Eu sempre fui apaixonada por ciência e pela natureza. Ficava encantada com a interação entre abelhas e plantas. Eu olhava para as flores e me perguntava: elas são bonitas, mas como elas nascem, quem as come, como elas são? Essas perguntas me instigaram a conhecer a natureza.
São muitas as áreas da zoologia?
Sim! Existem especialistas em insetos, que são os entomologistas; especialistas em moluscos, malacologistas; os que trabalham só com peixes, répteis ou mamíferos… Eu me especializei em moluscos, e dentro desse grupo existem caracóis, conchas, ostras, polvos… Cada um deles forma um grupo diferente.
Qual e o grupo animal com maior diversidade de espécies?
Os artrópodes e, dentre eles, os insetos que estão predominantemente no ambiente terrestre. Mas o ambiente marinho é o que possui a maior diversidade de grupos animais.
Existe algum mistério no mar que gostaria de desvendar?
Sem dúvida, o mar é um universo a ser conhecido. A profundidade, a riqueza em certas regiões de fontes termais submarinas… Dentro da água do mar tem muito a ser descoberto.
O desmatamento da mata atlântica, além de modificar a cadeia alimentar, afetou muito algum animal em especial?
Hoje, a mata atlântica corresponde a cerca de 10% do que era. Ela vem sendo desmatada desde o descobrimento do Brasil, principalmente no período de expansão das cidades. E além de ter seu espaço reduzido, foi fragmentada. O mico-leão-dourado, por exemplo, sofreu um processo seríssimo. É importante conhecer muito bem um ecossistema antes de interferir nele, porque tudo está ligado, e essa conexão precisa ser respeitada.
Pensando em coisas que o humano fez, as estradas afetam demais o ecossistema. E se fizessem um caminho subterrâneo para diminuir os impactos?
O desmatamento da mata atlântica para alguns animais, é muito prejudicial, pois acaba isolando populações que interagiam antes. Muitos países já possuem esse tipo de solução, são os chamados corredores de fauna. É como se construísse um viaduto com mata natural para os animais. Essa solução é usada em países como Alemanha e Holanda.
O que podemos fazer para melhorar o convívio com animais?
Precisamos respeitar o ambiente em que eles vivem, saber que a interferência precisa ser muito ponderada. E não podemos comprar animais silvestres. Se a gente se nega a comprar, os vendedores não têm tem mais para quem vender. Precisamos denunciar essas práticas para organizações de proteção animal. Esses bichos precisam ser encaminhados para centros de recuperação, zoológicos e veterinários.
O que a senhora acha dos zoológicos?
A concepção antiga de zoológico é criminosa. Restringir animais de grande porte, como leões e tigres, a espaços confinados, jaulas, é uma maldade. Mas os zoológicos modernos oferecem boas condições para esses animais. E é importante ressaltar que eles zelam pela preservação das espécies. Animais em risco de extinção mantidos em zoológico recebem acompanhamento e são muito pesquisados. Além disso, os filhotes deles são bem cuidados.
Para finalizar, que pesquisa marcou sua vida?
Eu sou uma apaixonada por moluscos, e o que escolhi estudar é muito feio, o Teredo navalis. Ele come qualquer madeira no ambiente marinho. Ele entra como larva na madeira, desenvolve-se e passa a vida toda lá. E eu queria entender a evolução dessa espécie. Esses moluscos são importantíssimos na reciclagem de madeira no mar.
Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.
muito legal essa reportagem , me ajudou muito nos meus estudos.mas a gora tenho que estudar, Me desejem boa sorte!!!kkkkk
Boa sorte, Giullia. Esperamos que tenha dado tudo certo na sua prova! ;-)
Que legal a minha tia queria seguir essa profissão, mas não deu certo. O meu jornal impresso já vai fazer 30 dias e ele não chegou. Vc disse que quando completa os 15 dias , ele ia chegar.
Oi, Luana, tudo bem? Por favor, peça para o adulto que assinou entrar em contato com nossa central para verificarmos o que aconteceu. Os números são (11) 3477-3233 / 2129-6455. E obrigado por ler o Joca.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.