Em 30 de agosto, os Estados Unidos retiraram suas últimas tropas do Afeganistão. A ação fazia parte de um acordo firmado em 2020 com o Talibã, grupo extremista que começou a conquistar territórios do país conforme os militares norte-americanos iam embora. Em troca, o grupo se comprometeu a não atacar os EUA. Mesmo com o acordo de paz, a retirada aconteceu em meio a uma nova onda de violência no Afeganistão.

Dez dias depois de o Talibã conquistar a capital afegã, Cabul, em 16 de agosto (saiba mais na edição 175), outro grupo extremista realizou um ataque ao aeroporto da cidade. A organização, chamada Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), acredita que quem não segue a lei islâmica sob a interpretação feita por ela deve ser considerado infiel. Por isso, acha que o Talibã não poderia governar o país — na visão do EI-K, o grupo teria um ponto de vista mais moderado das regras (apesar de o Talibã ser considerado extremista).

Ao menos 170 afegãos e 13 militares dos EUA, que estavam controlando o aeroporto, morreram no ataque, de acordo com o jornal norte-americano The New York Times.

#pracegover: Vista aérea mostra explosões que ocorreram próximo ao aeroporto de Cabul, de onde partem os voos de retirada de cidadãos afegãos e estrangeiros. Crédito de imagem: Reprodução TV Folha

Resposta dos EUA
Menos de 48 horas depois, os EUA usaram drones para atacar um dos líderes do EI-K no Afeganistão. Dois militantes do grupo morreram na ofensiva. Até o fechamento desta edição do Joca, não havia sido confirmado se as vítimas foram responsáveis pelo ataque ao aeroporto de Cabul.

Em 30 de agosto, os EUA atacaram novamente. O objetivo era atingir um membro do EI-K que estava em um carro com uma bomba. Entretanto, dez civis de uma mesma família também morreram. O Exército norte-americano afirma não saber se as mortes foram causadas pelo ataque ou em consequência do explosivo dentro do automóvel.

Meninas vão poder estudar, mas separadas dos meninos
Quando o Talibã tomou o poder, uma das grandes preocupações era se as meninas e mulheres poderiam continuar nas escolas e universidades — na última vez que o grupo governou o país, de 1996 a 2001, isso era proibido a partir dos 10 anos. Em 29 de agosto, o ministro do Ensino Superior do Talibã, Abdul Baqi Haqqani, afirmou que as mulheres poderão continuar nas universidades, desde que frequentem salas diferentes dos homens. O mesmo deve acontecer com as meninas nas escolas. A medida faz parte de uma promessa feita pelo porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, em 17 de agosto. Ele havia dito que, agora, as mulheres teriam mais liberdade.

Fontes: BBC, CNN, Folha de S.Paulo, G1 e The New York Times. Consultoria: professor doutor Sérgio Aguilar, livre docente em segurança internacional e professor do curso de relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 176 do jornal Joca.

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