O rapper é acusado de pregar terrorismo e insultar a coroa espanhola em músicas e postagens nas redes sociais
Desde meados de fevereiro, manifestantes têm saído às ruas de Barcelona e outras cidades espanholas para protestar contra a prisão do rapper Pablo Hasél. Para evitar ser preso, o artista se refugiou na Universidade de Lleida, a 150 quilômetros de Barcelona, onde estava sendo protegido por estudantes que o apoiavam. Mas a polícia invadiu o local e o prendeu, em 16 de fevereiro.
O rapper é acusado de pregar terrorismo e insultar a coroa espanhola em músicas e postagens nas redes sociais. Nas canções e nos posts, ele chamou o rei da Espanha, Juan Carlos I, acusado de corrupção, de “ladrão”, elogiou envolvidos em atentados e acusou a polícia de matar e torturar pessoas. Hasél foi condenado a cumprir pena de nove meses.
A prisão motivou protestos pela liberdade de expressão, pois este não é um caso isolado no país. Entre 2004 e 2020, 122 pessoas foram condenadas por incentivar o terrorismo e seis por injúria (ato ou fala ofensiva) à coroa e ao Estado espanhol, segundo levantamento do jornal El Salto.
Apoio além das ruas
Cerca de 200 artistas, incluindo o cineasta Pedro Almodóvar e o ator Javier Bardem, assinaram um manifesto em defesa do rapper. A Anistia Internacional, organização não governamental que defende os direitos humanos no mundo, descreveu a prisão como uma má notícia para a liberdade de expressão na Espanha.
Nos protestos, os manifestantes também quebraram vitrines, saquearam lojas, atiraram objetos em direção à polícia e picharam prédios. Policiais prenderam manifestantes e dezenas deles ficaram feridos. A violência da ação policial motivou ainda mais protestos e foi criticada por políticos.
O ministro do Interior da Catalunha (região onde fica Barcelona), Miquel Sàmper, e outros membros do governo lamentaram que as manifestações, que começaram pacificamente em defesa da liberdade de expressão, tenham resultado em “atos de puro vandalismo”.
Fontes: BBC, Correio da Manhã (Portugal), El País, Época, Expresso (Portugal) e UOL.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 165 do jornal Joca.
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