Pezão foi o primeiro governador do Rio Janeiro preso enquanto ainda exercia o cargo. Foto: William Volcov via Getty Images.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso na manhã do dia 29 de novembro no Palácio Laranjeiras, onde morava.

Ele foi levado pela Polícia Federal, suspeito de ter colaborado com o esquema de corrupção do ex-governador, Sérgio Cabral, que ocupava o cargo antes dele.

A prisão faz parte da Operação Boca de Lobo (uma continuação da Operação da Lava Jato – entenda abaixo), que tem como intenção acabar com atividades criminosas, em especial  com a lavagem de dinheiro.

Principais motivos para a prisão

A decisão de prender o político foi baseada no depoimento de Carlos Miranda, economista e operador financeiro de Sérgio Cabral, dado para o Supremo Tribunal Federal. Também foram analisadas provas como dados de contas em bancos e registros de ligações telefônicas, por exemplo.

No depoimento à Justiça, Carlos Miranda disse que Pezão recebia, de maneira ilegal, uma mesada de 150 mil reais, além de outros “prêmios” eventuais, durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Isso teria acontecido de 2007 a 2014.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os valores são diferentes da quantia que Pezão declarou à Receita Federal, por isso é crime. Carlos Miranda também assumiu ter se beneficiado: o economista disse que Pezão lhe pagava 400 mil reais todo mês desde que se tornou governador, em abril de 2014.

O ex-governador Sérgio Cabral está preso desde novembro de 2016, acusado de praticar vários atos de corrupção. Antes de Pezão e Cabral, foram presos outros dois governadores do Rio: Rosinha Garotinho e Anthony Garotinho, por investigações da Justiça Eleitoral.

Ou seja, no total, quatro governadores e ex-governadores do Rio de Janeiro foram parar na prisão nos últimos dois anos.

Pezão foi o primeiro governador do Rio detido ainda exercendo o cargo. Após a sua prisão, Francisco Dornelles, seu vice, assumirá o cargo.

Francisco Dornelles, vice de Pezão, agora é o governador do Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo via Agência Brasil.

GLOSSÁRIO

Propina: Dinheiro dado em troca de ações ilegais, tanto em empresas quanto no governo.

Operação Lava Jato: A operação da Polícia Federal começou em 17 de março de 2014 e apura esquema de lavagem de dinheiro de uma organização criminosa formada por políticos, funcionários públicos, executivos de empreiteiras e doleiros.

Lavagem de dinheiro: Disfarçar a origem criminosa de bens e dinheiro para que pareçam ter sido recebidos de maneira legal.

Procuradoria-Geral da República: É responsável por representar e defender os interesses da sociedade. Os procuradores, assim chamados, podem contestar projetos de lei e políticos, e devem sempre ser ouvidos nas ações dos tribunais.

Receita Federal: É um órgão público que tem como função administrar e fiscalizar os impostos dos cidadãos brasileiros e mercadorias que entram, pelas fronteiras, no Brasil.

Entenda mais sobre corrupção:
Baixe gratuitamente o Manual das Eleições aqui.

Fontes: G1, Extra, Folha de S. Paulo, Agência Brasil e R7.

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