Ana Sophia V., 8 anos

Você sabia que os micos-leões-dourados são animais encontrados apenas no Brasil, mais especificamente na mata atlântica? Por isso, eles são um dos principais símbolos da fauna brasileira — o mico-leão-dourado também é a mascote do Joca. Pensando em preservar a vida desses bichos, que estão há décadas correndo risco de extinção, Adelmar Coimbra-Filho, especialista em primatas (grupo de mamíferos que envolve os macacos), criou um projeto para protegê-los: a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). Para conhecer melhor o trabalho da entidade e saber como é possível proteger os micos, a leitora Ana Sophia V., de 8 anos, entrevistou a equipe da AMLD. Confira e saiba mais sobre o projeto.

O que a entidade faz?
A Associação Mico-Leão-Dourado é uma organização não governamental (ONG) criada, na década de 1960, para proteger as florestas e tirar o mico-leão-dourado do risco de extinção. Para isso, fazemos uma série de atividades, como cuidar dos micos e plantar árvores que formarão florestas para melhorar o ambiente onde vivem. Também realizamos palestras em escolas e damos cursos para professores, agricultores familiares e produtores dos  municípios onde existem estes animais.

Quantos micos vocês já salvaram?
Quando começamos nossos trabalhos para a preservação do mico-leão-dourado, há mais de 30 anos, os pesquisadores estimavam que existiam 200 deles vivendo soltos na natureza. Após anos do projeto de conservação, a última contagem revelou que o número de micos saltou para mais de 2.500 vivendo livremente na natureza.

Vocês já cuidaram de algum mico ferido?
Não é comum encontrar micos feridos. Geralmente, o cuidado que temos com os micos é de preservar e plantar florestas, mas algumas vezes acontece de levar alguns para o laboratório para fazer exames e verificar se eles estão bem de saúde. Além disso, os micos são animais que indicam a presença de febre amarela em uma região. Nos anos de 2017 e 2018, houve um surto da doença que acabou afetando diretamente os primatas. Mais de 30% deles morreram. Mas a Associação Mico-Leão-Dourado está apoiando parceiros que estão desenvolvendo a vacina para prevenir uma nova contaminação pela doença.

A vacina de febre amarela dos micos é a mesma dos humanos?
A vacina contra a febre amarela em micos ainda está sendo testada, mas é uma pequena fração (ou seja, uma pequena parte) da mesma vacina que os humanos tomam.

Como a AMLD evita a febre amarela nos micos?
A associação está trabalhando para ajudar a desenvolver a vacina, já que essa é a única forma de proteger contra a doença. Além disso, está conscientizando as pessoas para que não culpem os macacos pela febre amarela, já que essa doença é transmitida pelos mosquitos. O primata é apenas uma vítima, como nós.

O que eles gostam de comer?
Os micos-leões-dourados gostam de comer insetos, pequenos anfíbios [animais que têm a vida dividida em duas fases: aquática e semiaquática, como os sapos] e frutas da mata atlântica.

Como é a interação entre micos e humanos?
Os micos-leões-dourados normalmente fogem dos humanos. Eles não são bravos, mas também não deixam a gente se aproximar. Porém, existem algumas famílias de micos em Silva Jardim, no Rio de Janeiro, que foram acostumadas a estar perto das pessoas. Isso porque a equipe da associação e parceiros precisam fazer pesquisas com esses animais.

Onde os micos vivem?
Eles vivem em algumas regiões da mata atlântica, que ficam apenas em oito municípios do Rio de Janeiro. Para que a mata atlântica continue sendo preservada, a nossa associação planta pequenas mudas que vão se tornar árvores, formando as florestas.

“Há mais de 30 anos, os pesquisadores estimavam que existiam 200 deles vivendo soltos na natureza. Após anos do projeto de conservação, a última contagem revelou que o número de micos saltou para mais de 2.500 vivendo livremente na natureza”.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 146 do jornal Joca.

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