onda de calor espanha 191
Pai e filho enfrentam o calor em Benidorm, na Espanha, tomando sorvete em um parque aquático no dia 16 de julho | #pracegover: pai e filho sentados na sombra, com trajes de banho, tomando sorvete. Crédito de imagem: ZOWY VOETEN/GETTY IMAGES

Pela primeira vez na história, ondas de calor estão sendo batizadas de acordo com o risco que apresentam. A classificação é feita de maneira similar à dos furacões e tempestades e realizada na cidade de Sevilha, na Espanha.

A primeira onda a ser batizada foi chamada de Zoe, em 24 de julho, ao atingir a categoria máxima de risco do ProMETEO Sevilla, programa responsável pelo serviço. O episódio permaneceu em estado crítico na Espanha até o dia 27 do mesmo mês. Para as próximas ondas que atingirem “risco muito alto”, a plataforma já definiu os nomes, seguindo a ordem reversa do alfabeto (de Z a A): Yago, Xenia, Wenceslao e Vega.

O ProMETEO Sevilla é uma iniciativa da Fundação Adrienne Arsht-Rockefeller, com sede em Washington, nos Estados Unidos, com colaboração de entidades espanholas, como a Câmara Municipal de Sevilha, a Agência Espanhola de Meteorologia e a Universidade de Sevilha.

Como acontece a classificação das ondas de calor?
O ProMETEO Sevilla desenvolveu um algoritmo capaz de analisar diariamente os episódios de calor na Espanha, relacionando-os com possíveis impactos à saúde da população.

Para definir a gravidade são consideradas variáveis como: temperatura máxima e mínima do dia; umidade; duração da onda; e condições meteorológicas anteriores.

Assim, a onda é classificada como sendo de risco muito alto, alto, médio, médio-baixo e sem impacto. Cada nível corresponde a um conjunto de informações e recomendações a ser enviado à população.

Por que o verão está tão intenso no hemisfério norte?
As ondas de calor na Espanha fazem parte de uma série de episódios excepcionais que ocorrem no hemisfério norte desde junho. Países como EUA, Portugal, França, Grécia, Itália e Reino Unido ainda enfrentam consequências do clima intenso, como incêndios e seca.

Na Europa, termômetros bateram recordes, passando dos 40 graus Celsius (ºC). “Isso causa problemas: algumas infraestruturas não são projetadas para suportar essas temperaturas por muito tempo e as pessoas não estão acostumadas e não têm hábitos ou meios adequados para combatê-las”, disse José María Martín-Olalla, professor da Universidade de Sevilha e assessor da iniciativa-piloto ProMETEO Sevilla, ao Joca. “Pense se fosse o contrário, se no Brasil houvesse uma onda excepcionalmente fria, algo que é normal no inverno europeu. Os mesmos problemas poderiam aparecer, com infraestruturas que não foram projetadas para tanto frio e falta de condições nas residências e nas roupas”, concluiu Olalla.

O verão incomum fez com que cientistas voltassem a alertar o mundo sobre as mudanças climáticas. Por mais que ondas de calor sejam habituais no planeta, o aquecimento global acaba por aumentar, em número e intensidade, a ocorrência delas.

Correspondente internacional
“Quando você vai andar na rua, lá pelas quatro da tarde, não se vê ninguém. E se você vai às compras, tem que parar nas lojas por causa do ar-condicionado, para se refrescar um pouco.” Catalina V., 14 anos, de Madri, Espanha

Catalina-Espanha
#pracegover: Catalina usa camiseta branca com detalhes em azul e sorri. Foto: arquivo pessoal

Fontes: CNN, Diario de Sevilla, G1 e ProMETEO Sevilla.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 191 do jornal Joca.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (0)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido