Dados são de uma pesquisa divulgada em 8 de fevereiro
De 2019 para 2021, o número de crianças entre 6 e 7 anos que ainda não sabiam ler e escrever no Brasil aumentou 66,3%, segundo uma pesquisa divulgada, no dia 8 de fevereiro, pela organização não governamental Todos Pela Educação, feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na prática, isso significa que, atualmente, há 2,4 milhões de pessoas dessa faixa etária que ainda não foram alfabetizadas, apesar de já estarem na idade para isso. Dois anos atrás, o número de menores com esse atraso era de 1,4 milhão.
De acordo com o estudo, a pandemia prejudicou o aprendizado das crianças nessa faixa de idade, principalmente daquelas que vivem em regiões mais pobres — muitas não puderam assistir às aulas on-line, por exemplo, porque não tinham acesso à internet ou a aparelhos eletrônicos (computador, celular, entre outros). Em 2019, a porcentagem de menores analfabetos que moravam em áreas carentes era de 33,6%. Dois anos depois, o número subiu para 51%. Já entre aqueles com melhores condições financeiras, o aumento foi menor: de 11,4% em 2019 para 16,6% em 2021.
A desigualdade também aparece entre crianças brancas e crianças pretas e pardas. Em 2019, na faixa entre 6 e 7 anos, 28,8% das pretas e 28,2% das pardas não sabiam ler e escrever. Os valores subiram para 47,4% e 44,5% em 2021. Entre as brancas, passou de 20,3% para 35,1%.
Porcentual de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever no Brasil de 2012 a 2021
2012: 28,2%
2013: 29,2%
2014: 30%
2015: 30,1%
2016: 24,4%
2017: 25,6%
2018: 26,4%
2019: 25,1%
2020: 32,9%
2021: 40,8%Fonte: IBGE/Pnad Contínua. Elaboração: Todos pela Educação.
Consequências
Para os autores da pesquisa, o atraso no processo de alfabetização pode fazer com que os alunos enfrentem diversas dificuldades de aprendizagem no futuro, o que aumenta as chances de repetir de ano ou abandonar a escola.
“Agora que as aulas presenciais voltaram em boa parte do país, temos que adotar ações para acelerar o aprendizado desses estudantes e diminuir os impactos que a pandemia trouxe à vida deles”,diz Ivan Gontijo, coordenador de políticas educacionais da Todos Pela Educação. “Precisamos fazer avaliações para saber quem são e quantos são os alunos que ainda não sabem ler e escrever. A partir daí, talvez possamos colocá-los em salas menores, para terem uma atenção maior dos professores, e dividi-los por níveis — os que estão com mais dificuldade ficam em um grupo e os que estão com menos problemas, em outro. Além disso, necessitamos ter materiais específicos, preparar os professores e aumentar o número de aulas de reforço.”
Fonte: Todos Pela Educação.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 182 do jornal Joca.
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Vdd, pois é triste ver crianças q ñ sabem ler nem escrever.
que do da crianças que não sabia le
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