Michael Smith, músico norte-americano de 52 anos, está sendo acusado, em Nova York, nos Estados Unidos, de dar um golpe milionário em plataformas de streaming. Utilizando inteligência artificial (IA), ele criou músicas e bandas falsas, que foram tocadas por fãs que também não eram de verdade, e sim robôs. 

Este é o primeiro caso criminal envolvendo IA e as plataformas de streaming. O esquema de Smith durou sete anos, período em que ganhou das plataformas Amazon Music, Apple Music e Spotify cerca de 10 milhões de dólares (em torno de 55,5 milhões de reais) em royalties, valor pago aos artistas proporcional ao número de vezes que as obras deles são ouvidas pelos usuários. Algumas das músicas falsas chegaram a ficar no topo das listas de mais tocadas. 

De acordo com a investigação, o golpe funcionava assim: primeiro, Smith criava contas falsas nas plataformas usando e-mails que havia comprado de modo ilícito on-line — 10 mil no total. No começo, ele reproduzia músicas de própria autoria, mas, em dado momento, passou a usar a IA para criá-las. Foram milhares de músicas geradas por IA e tocadas repetidamente por bots (robôs em inglês), já que Smith inventou um programa de computador que fazia a transmissão das faixas de maneira que parecesse que usuários diferentes as acessavam — o que ajudou a enganar as plataformas.

Os fãs de mentira ouviam músicas falsas como “Zygotic Washstands”, “Zymotechnical” e “Zygophyllum”, que também ganharam compositores falsos, como Callous Post, Calorie Screams e Calvinistic Dust.

Smith foi preso em 4 de setembro e terá que se defender de acusações envolvidas na fraude eletrônica. Se condenado, pode pegar até 40 anos de prisão. “Ele roubou milhões em royalties que deveriam ter sido pagos a músicos, compositores e outros detentores de direitos autorais cujas músicas foram transmitidas legitimamente”, disse Damian Williams, procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, de acordo com o jornal The New York Times.

FONTES: O GLOBO E METRÓPOLES

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 230 do jornal Joca

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