A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, entidade vinculada ao Ministério da Saúde) anunciou, em 30 de março, uma parceria com a organização sem fins lucrativos World Mosquito Program (WMP) para a produção de mosquitos que vão auxiliar no combate a doenças como dengue, chikungunya e zika. Com esse acordo, uma biofábrica será construída no Brasil, com previsão de início das atividades em 2024. 

O Aedes aegypti é o mosquito transmissor dos vírus de doenças como dengue, chikungunya e zika | #pracegover: Imagem de um mosquito preto, com detalhes em branco, picando a pele de uma pessoa branca. Crédito de imagem: GETTY IMAGES

O objetivo é que a biofábrica produza até 100 milhões de mosquitos por semana com uma bactéria conhecida como Wolbachia. Esse microrganismo tem a capacidade de bloquear vírus como o da dengue, impedindo a propagação da doença por meio de mosquitos.

Como funciona?
Conforme os insetos com a Wolbachia forem liberados e começarem a se reproduzir, as novas gerações também terão a bactéria no organismo. Com o tempo, isso fará com que a maioria dos mosquitos de uma cidade, por exemplo, tenha a Wolbachia e não transmita mais os vírus.

A tecnologia já foi usada em 12 países, alcançando quase 11 milhões de pessoas. Um exemplo bem-sucedido do método aconteceu em Niterói (RJ): de acordo com a Fiocruz, a cidade registrou redução de 70% dos casos de dengue e 56% nos de chikungunya. 

Agora, a proposta é ampliar o uso desses mosquitos nas cidades que têm maiores registros de dengue. “A ideia é que já possamos expandir, de modo imediato, a produção atual e o fornecimento de ovos de mosquitos para o Ministério da Saúde, governos estaduais e municipais”, declarou Mario Moreira, presidente da Fiocruz, durante o anúncio do programa.

Apesar de os resultados não serem imediatos, espera-se que, em dez anos, a iniciativa proteja mais de 70 milhões de pessoas.

Casos de dengue e chikungunya aumentam no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, os casos de dengue aumentaram mais de 53% de janeiro até março deste ano na comparação com o mesmo período de 2022 — no total são mais de 400 mil casos prováveis da doença. No mesmo período, houve aumento de 98% dos casos prováveis de chikungunya. Saiba mais sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor dos vírus que causam essas doenças, na edição 201.

Fontes: Fiocruz, Metrópoles, O Globo e World Mosquito Program.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 203 do jornal Joca.

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