A polícia do estado de Chiapas, no México, apreendeu um carregamento com 3.427 filhotes de tartaruga da espécie Trachemys venusta. A descoberta foi feita durante uma operação conjunta de vigilância contra o tráfico ilegal de animais silvestres, conduzida pela Procuradoria-Geral da República (FGR) e pela Polícia de Investigação. A ação foi divulgada em 19 de junho, por meio de um comunicado à imprensa do próprio governo mexicano.

Os filhotes, nativos de ambientes de água doce como rios, lagos e pântanos do sudoeste do México e de países da América Central — como Guatemala, Belize, Honduras e Costa Rica — estavam sendo transportados em caixas de papelão, em condições de superlotação e sem documentação que comprovasse sua origem legal. O motorista do veículo, identificado apenas como “José N.”, foi preso em flagrante.

A Procuradoria Federal de Proteção Ambiental (Profepa) e o Ministério Público foram acionados para acompanhar o caso. Os répteis foram levados a uma Unidade de Gestão Ambiental credenciada, onde receberão atendimento veterinário. A prioridade é devolvê-los à natureza, mas, antes disso, os animais passarão por avaliação para verificar seu estado de saúde. Se necessário, serão submetidos a tratamento e reabilitação especializada.

Tráfico de animais ameaça a biodiversidade do México

O caso não é isolado. O tráfico de animais silvestres — como tartarugas, papagaios e outros — tem prejudicado o equilíbrio da vida natural no México, além de levar o país a sofrer punições internacionais.

Em 2023, a Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (Cites) sancionou o México por não adotar medidas eficazes para proteger o boto-vaquita — animal marinho que, na época, era o mais ameaçado do mundo — e a totoaba, o maior peixe do Golfo da Califórnia. Como resultado, a nação foi proibida de exportar produtos da fauna e flora silvestres para os 184 países-membros da convenção.

Um relatório de 2024 documentou 1.945 apreensões e incidentes de caça ilegal divulgados pela imprensa nos países hispano-americanos entre 2017 e 2022, afetando ao menos 102.577 animais silvestres. Só no México, duas apreensões em 2020 resultaram no resgate de 29.502 tartarugas.

Fontes: O Globo, Big Fish e Revista Galileu.

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