Ela nasceu em Marietta, estado da Georgia, nos Estados Unidos, mas o fato de a mãe ser brasileira lhe deu dupla cidadania. Aos 22 anos e fã de Anitta, a patinadora Isadora Williams afirma que “sempre quis competir pelo Brasil”.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, realizados em fevereiro, ela entrou para a história do esporte nacional ao se tornar a primeira sul-americana a garantir classificação para a final da patinação artística em uma edição da Olimpíada. O feito, segundo ela, vai ficar guardado para sempre na memória.

Mesmo sem falar português fluente, Isadora respondeu, por e-mail, algumas questões do Joca e você confere a seguir um pouco da história da atleta:

Como americana, por que escolheu competir pelo Brasil?
Na verdade, tenho dupla cidadania por ser filha de mãe brasileira. Desde quando comecei a praticar patinação, queria representar o Brasil. É o meu país também.

Você chegou a tentar a seleção norte-americana de patinação?
Não, em nenhum momento eu tentei a seleção norte-americana. Sempre quis competir pelo Brasil.

Como começou a patinar? 
Comecei aos 5 anos, quando minha família me levou a um ringue de patinação artística perto de onde morávamos. Gostei e, desde então, o esporte faz parte da minha vida.

Como e onde são os treinos? Quantas horas por dia você se dedica a eles?
Atualmente, treino na Floyd Hall Arena, localizada na Universidade Montclair (New Jersey), onde estudo. Eu treino de manhã e à tarde, cinco ou seis dias por semana, e faço academia duas vezes por semana. Minha preparação ainda inclui sessões de fisioterapia e massagem para recuperação muscular.

Qual a maior conquista e a maior decepção na carreira?
As maiores conquistas foram as duas classificações aos Jogos Olímpicos. Já a maior decepção foi o último lugar na Olimpíada de Sochi, em 2014. Quando voltei, não queria mais patinar e cheguei a odiar o esporte, mas depois a saudade bateu forte.

Quais são os seus ídolos?
Eu admiro muito o Cesar Cielo, da natação, a Sarah Menezes e a Rafaela Silva, ambas do judô. Gosto da Michelle Kwan, da Mao Asada e da Carolina Kostner, todas patinadoras. Fora do esporte, gosto muito da Anitta. Ainda admiro o Neymar e o Gabriel Medina.

Qual a importância do seu feito na Coreia do Sul?
Foi muito bom. Eu consegui ir para as finais. Era um grupo muito forte. Das 30 melhores patinadoras do mundo, fiquei entre as 24. Não fui tão bem no programa longo, mas quero ficar com a lembrança do meu programa curto para sempre.

E que lembrança você vai levar de Pyeongchang?
A melhor do mundo e que eu quero guardar para sempre: fiz história ao ser a primeira atleta brasileira a levar o país à final da patinação artística.

Antes da final, você treinou ao som de “Vai, Malandra”, da Anitta. Você costuma ouvir música brasileira? Quais seus cantores favoritos? 
Eu adoro música brasileira, é muito eclética. Amo a Anitta, acho o funk muito legal e divertido. Eu também adoro Margareth Menezes, Jorge Ben Jor e Roberto Carlos.

Qual a emoção de ser porta-bandeira no encerramento dos jogos?
Foi maravilhoso estar lá carregando a bandeira do Brasil, é algo surreal. Talvez não exista palavra suficiente para descrever isso.

Que tipo de suporte a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo dá a você?
A CBDG paga parte dos meus treinos. Sem essa ajuda financeira, eu não chegaria onde cheguei. Os esportes de inverno são muito caros, e eu também tenho ajuda do Ministério do Esporte com o Bolsa Atleta.

Você pretende mudar para o Brasil?
Mudar não, mas pretendo passar algum tempo e conhecer lugares que sempre tive vontade, como Bahia e Tiradentes, em Minas Gerais. Também quero passar mais tempo com minha família mineira.

Quais títulos já conquistou na carreira?
As minhas duas participações olímpicas, em 2014 e 2018, e as duas participações em mundiais, em 2013 e 2017. Também conquistei a medalha de ouro no Sofia Trophy, na Bulgária, em 2017, e conquistei outras cinco medalhas em torneios internacionais de patinação artística.

Que dica você daria para quem quer praticar o esporte?
A patinação pode ser praticada de duas formas: por diversão ou competição. Neste último caso, o esporte é muito puxado. São, no mínimo, três a quatro horas no gelo treinando saltos e piruetas. Também é uma modalidade cara por conta dos equipamentos e treinadores.

Qual seu recado para os leitores do Joca?
Foi um grande prazer dividir com vocês um pouco sobre a minha vida e carreira. Beijos!

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Comentários (1)

  • LAURA A. LEITZKE

    4 anos atrás

    TE ADORO ISADORA E ACHO MUITO BONITO O QUE VOCE FEZ EU TAMBEM TENHO DUPLA CIDADANIA

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