Jornal Vital
Colégio Vital Brazil / Edição 01
13 de setembro de 2021
PESSOAS INSPIRADORAS
Mostra Cultural 2 021
Histórias motivadoras e projetos relacionados a garantia dos direitos humanos.
Reportagem principal
Pessoas Inspiradoras
José Laurentino Gomes
Os alunos do 5ºC elegeram Laurentino Gomes para homenagear

Envolvidos com a Mostra Cultural do Colégio, tendo como tema "Direitos Humanos e Diversidade Cultural", os alunos do 5ºC, iniciaram pesquisas sobre a vida da celebridade escolhida, e descobriram que Laurentino Gomes, é escritor e jornalista. Autor de vários livros, pensados principalmente em relatar fatos sobre a escravidão.

Nasceu na casa de seu avô, no dia 17 de fevereiro de 1 956, em Maringá. Foi criado em um sítio no interior de São Paulo, lugar humilde, mas de muito afeto e aprendizado, pois foi através das histórias contadas pelo seu pai que Laurentino desenvolveu o gosto pela leitura.

"Um país que não estuda história é incapaz de entender a si mesmo"
Com o decorrer dos anos, ao despertar seu interesse pela história do Brasil, ele precisou aprofundar seus estudos para entender o processo da escravidão. Tendo acesso a tantas informações, ele compreendeu que o Brasil já era escravista desde a sua colonização, quando os portugueses tentaram manipular os indígenas, processo esse que antecede a escravidão dos negros africanos.

Para inspirar-se nos conteúdos que seriam apresentados em suas obras, ele entendeu que seria preciso conhecer todos os estados brasileiros, bem como suas capitais. Sem contar nos doze países em três continentes. Tendo acesso à todos esses lugares, informações e memórias, ampliou seu repertório e viajou pela história!

A partir daí, relacionou-a com os fatos atuais e identificou que o Brasil é um país racista e com desigualdade social, causando impacto na maioria das famílias negras. Ele acredita que o preconceito em nosso país deve ser combatido por meio do estudo da nossa história!

Com todo esse empenho em relatar os reais fatos da história escravista do Brasil, foi eleito em 2 008, uma das pessoas mais influentes. No mesmo ano recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura, além de ter seus livros sempre na lista dos best-sellers.

Seu legado não acaba aqui, pois ele ainda tem muito a nos ensinar e surpreender!


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O nome desta seção é cultura
Artista Inspirador
Carlos Eduardo Fernandes na frente de uma de suas obras em Tóquio.
Da periferia para o mundo, conhecido como um importante muralista.

A partir do projeto anual que o Colégio desenvolve, os alunos iniciaram a pesquisa sobre uma celebridade, que está envolvida com o tema proposto "Direitos Humanos e Diversidade Cultural" e descobriram que Eduardo Kobra, nasceu em 01/01/75.

Com 12 anos fazia parte de um grupo de garotos mais velhos, que espalhavam rabiscos pelos muros de sua cidade, e por isso foi preso três vezes.

Aprendeu e desenvolveu sua arte ao observar artistas que admira, começando sua carreira como street art (artista de rua). Seu trabalho ganhou popularidade a partir da obra “O Muro das memórias”, a qual retrata cenas da cidade de São Paulo na primeira metade do século XX, que além de abrir um portal para o passado, funciona também contra a falta de preservação do patrimônio histórico e cultural. Desse momento em diante passou a denominar-se como muralista.

Hoje, com 46 anos, está casado e com um filho de 5 anos. Ganhou três prêmios importantes e com a obra “Etnias” conquistou o recorde de maior mural do mundo, entrando para o livro Guinness Book, batendo-o novamente em 2 017 com a obra “Cacau”.

Sua carreira não para por aqui, pois até hoje produz obras envolvidas com trabalhos que enaltecem suas lutas.

Você sabia?

Para Eduardo Kobra, as ruas motivam seu trabalho, pois ele as imagina como uma galeria de arte à céu aberto, onde os muros são as telas e a partir delas, consegue expressar suas causas e incômodos, tais como o racismo, paz mundial, violência, meio ambiente, liberdade, vida e arte urbana.

Turma responsável pelo projeto

1 995 fundou o Studio Kobra, especializado em painéis artísticos, que conta com uma equipe de 12 artistas

Incentivou a vacinação contra COVID-19 (obra no Instituto Butantan).

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Pessoas inspiradoras
Pessoa inspiradora


Os alunos do 5º Ano B, por meio de uma votação escolheram Sebastião Salgado.
Infância
Sebastião Salgado nasceu em Aimorés, em Minas Gerais, no dia 8 de Fevereiro de 1944. Sebastião cresceu na Vila de Conceição do Capim, viveu sua infância em Expedicionário Alício.
Ele passou sua infância em uma fazenda, no Jardim do Instituto Terra Sebastião Ribeiro Salgado Júnior, passou parte da sua juventude em Vitória, Espirito Santo. Por causa da fazenda onde ele morou, ele começou a fazer agropecuária com o pai, e iniciou seu projeto de reflorestamento.
Obras

Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome "Trabalhadores rurais", um feito monumental que confirmou sua reputação como foto documentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente. Suas fotos são em preto e branco para retratar a tristeza .

O nome de um dos mais recentes projetos de Sebastião Salgado é “Amazônia” e tenta ajudar a recuperar as florestas e matas. "Amazônia" é o resultado de seis anos de várias viagens de Salgado à grande floresta tropical, onde passou longas temporadas junto com 12 comunidades indígenas isoladas.

Vida adulta
Sebastião Salgado Graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo Realizou mestrado na Universidade de São Paulo e doutorado na Universidade de Paris, ambos também em Economia.


Casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick.

Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC) fez sua primeira sessão de fotos, nos anos 70, com a Leica da sua esposa..

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Alunos do 5°ano D
"Devemos sair de nossas bolhas"
Ana Aranha - repórter investigativa
Na entrevista concedida aos alunos do 5°ano D, Ana Aranha conta a sua inspiração e motivação
Quando soube da escolha que os alunos do 5°ano D (turma - 2 021) fizeram, Ana Aranha demonstrou muito entusiasmo para realizar uma participação e integrar umas das etapas da Mostra Cultural. Ao ser informada que o seu nome e sua atuação jornalística representariam a inspiração da turma, ela contou, através de uma live, o seu percurso de vida e a sua luta diária pela justiça e igualdade no país. Pergunta: Conte-nos sobre a sua infância. Resposta: Falar sobre a minha infância é descrever o momento de vida que foi determinante na escolha.

Morei na Zona Sul de São Paulo, próximo à represa Guarapiranga, e pude estudar num colégio longe e de excelente qualidade, onde a maior parte dos alunos tinha um padrão financeiro muito diferente das pessoas que moravam perto da minha casa. No trajeto de ida e volta, à medida que fui compreendendo as diferenças sociais entre os bairros e a estrutura urbana, percebi que eu também poderia fazer a diferença.

"Ah, o mundo é pequeno? Não! O mundo é gigante e podemos fazer a diferença, mesmo sendo pequenos diante dele".

Pergunta: Como o jornalismo "entrou" na sua vida?

Resposta: Ao perceber que eu poderia ser diferente dos meus colegas e realizar investigações, matérias e reportagens que fossem significativas para promover pequenas mudanças no desafio da desigualdade social, estudei muito para ingressar na Universidade de São Paulo, no curso de Jornalismo, muito concorrido até hoje. Junto com a graduação, iniciei minha carreira profissional e fiz a minha primeira publicação num jornal local de uma comunidade muito próxima à USP, o Jardim San Remo.

Pergunta: Depois de realizar várias investigações, publicar reportagens que denunciavam algumas situações contrárias à garantia dos Direitos Humanos e ganhar muitos prêmios, atualmente, qual é o projeto que está realizando?Resposta: Nesse momento, estou envolvida com a investigação dos malefícios do uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura e os impactos que estão causando na saúde das pessoas que consomem os alimentos e principalmente, nas pessoas que moram em áreas rurais onde as plantações recebem grandes quantidades desses produtos. Há situações muito graves, com trabalhadores rurais e suas famílias se contaminando pela água e solo. Saiba mais sobre essa entrevista, acessando o vídeo da Mostra Cultural.

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Pessoas inspiradoras
Guerreira Pataxó
Nitynawã Pataxó, a fundadora da Reserva da Jaqueira
Nitynawã Pataxó conta aos alunos do 5º ano A sua história e seus sonhos para o futuro.
Em entrevista no dia 10 de setembro, a indígena Nitynawã Pataxó (52), contou aos alunos do 5º ano A sua experiência como cacique da aldeia Reserva da Jaqueira. "Em determinado momento eu escolhi um novo cacique para me substituir, pois segundo a tradição do meu povo, essa escolha não é feita por votação. O novo cacique é escolhido de acordo com suas habilidades e responsabilidade, e assim ele permanece até decidir sair e passar sua função para o próximo". Os Pataxós não tinham um lugar para viver, já que foram expulsos de suas terras em 1951, num grande massacre. A infância da guerreira foi difícil, passou fome e não estudou, e depois, já adulta, resolveu junto com duas irmãs fundar a Reserva da Jaqueira (Porto Seguro-BA).

Hoje, a Reserva da Jaqueira recebe turistas para sobreviver e manter sua cultura viva. Casada, com cinco filhos, sete netos e dois bisnetos. Formada em Pedagogia, ela é grata aos colegas que a ajudaram a estudar, pois sua experiência de infância foi repleta de discriminação. Hoje ela luta pela demarcação das terras Pataxós e pede a todos nós que lutemos junto a ela para a preservação e valorização da cultura indígena, ela diz "Nasci e vou morrer Pataxó!"


“Uma vara é fácil de quebrar, mas um feixe de vara é mais difícil, isso representa a nossa comunidade" Nitynawã Pataxó

Maior sonho
Três gerações, Nitynawã à esq.
Nitynawã planeja republicar seu livro e continuar espalhando pelo mundo mais informações sobre a cultura Pataxó. Seu maior sonho é conseguir aprender a usar as novas tecnologias, e deixar registrada a sua história para as gerações futuras. "Aweri!"
Você sabia?
Dança do povo Pataxó


Quando um guerreiro deseja casar com uma mulher ele joga uma flor e se ela aceita eles pedem autorização para o pajé ou ao cacique para oficializar seu desejo. O guerreiro enfrenta o desafio de ir à mata, pegar um tronco com o peso da futura esposa e corre com ele por 200m no ombro. Se o guerreiro conseguir, terá a autorização para casar!

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