Uma nova espécie de crocodilo que teria convivido com dinossauros, há 85 milhões de anos (no período Cretáceo), foi descoberta na cidade de Catanduva, em São Paulo. O estudo sobre a espécie Caipirasuchus catanduvensis foi publicado em 14 de junho, na revista científica Historical Biology, pelos pesquisadores Fabiano V. Iori, Aline M. Ghilardi, Marcelo A. Fernandes e Willian A. F. Dias.

Período Cretáceo: corresponde aproximadamente ao período entre 145 e 65 milhões de anos atrás. No fim dele, boa parte dos dinossauros foi extinta.

Tem “crocodilinho” novo no pedaço!! E ele era barulhento! Se liga no nosso artigo sobre Caipirasuchus catanduvensis, uma nova espécie fóssil de Notosuchia do Cretáceo do Brasil!https://t.co/LCiCp7kuTW pic.twitter.com/2pMWbWxySX

— Aline Ghilardi (@alinemghilardi) June 14, 2024

Os fósseis do crocodilo foram encontrados ainda em 2011, durante a construção de uma ponte na região. A suspeita, no entanto, de que a ossada poderia pertencer a uma espécie ainda desconhecida pelos seres humanos surgiu apenas em 2018, enquanto os pesquisadores comparavam o crânio encontrado com o de outros fósseis do gênero Caipirasuchus. Isso porque, segundo o estudo recente, o Caipirasuchus catanduvensis possui uma cavidade entre o céu da boca e as vias aéreas superiores que os outros indivíduos descobertos até então não apresentam.

“O Caipirasuchus apresenta variação significativa na morfologia das estruturas da região da coana [abertura nasal posterior]. Em particular, a nova espécie possui câmaras nas asas dos pterigoides [estrutura óssea] que se conectam com uma extensão das vias aéreas, sugerindo uma região de ressonância utilizada na vocalização”,

explica o resumo da pesquisa.

De acordo com os cientistas, a diferença morfológica poderia servir para que os sons emitidos pelos répteis fossem amplificados ao reverberar nessa cavidade. Essa vocalização também pode indicar uma capacidade de organização de comunicação social entre os indivíduos da mesma espécie de crocodilo.

Fontes: Historical Biology, Aline Ghilardi, Prefeitura de Monte Alto, Capes, Unesp, UFRN e G1.

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