O governo de Pequim, na China, cancelou as comemorações de Ano-Novo (saiba mais abaixo), que começariam em 25 de janeiro, por causa do surto de um novo tipo de coronavírus, chamado 2019-nCoV — o vírus pode causar infecções respiratórias graves. Como as festividades atraem milhares de pessoas para as ruas, o objetivo é evitar o contágio em aglomerações.

Até o fechamento desta edição, cerca de 2.700 pessoas tinham sido infectadas na China e 82 morreram. Também foram confirmados casos em outros 12 países, entre eles, Arábia Saudita, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, França e Japão, além de Macau, Hong Kong e Taiwan, territórios ligados à China.

Coronavírus na China
Pessoas usam máscara em estação de trem em Wuhan, China, onde foi descoberta a infecção por coronavírus/ #pracegover: chineses em local público usam máscaras no rosto. Alguns estão segurando malas de viagem. Todos usam roupas de frio. Crédito de imagem: Getty Images.

Em 26 de janeiro, o ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, declarou que o coronavírus pode se espalhar antes de os sintomas, como febre, tosse e dificuldade para respirar, aparecerem. Assim, especialistas acreditam que a quantidade de infectados pode ser maior.

Surgimento
O coronavírus forma uma grande família de vírus e possui variações que causam problemas respiratórios (de leves a graves) em humanos e animais.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China (CDC), o vírus atual deve ter vindo de animais silvestres (suspeita-se de cobras) vendidos vivos — para alimentação, por exemplo — em um mercado da cidade de Wuhan, que tem 11 milhões de habitantes. É provável que o microrganismo tenha sofrido uma mutação, levando à infecção de humanos. O local foi fechado. O governo chinês também proibiu a venda de animais silvestres em mercados, restaurantes e pela internet.

Em 27 de janeiro, o prefeito de Wuhan admitiu ter demorado a reagir ao surto e a compartilhar dados por causa da burocracia do governo chinês. A demora foi sentida pela brasileira Stéfani Kummer, 22 anos, moradora de Pequim. “Ouvi falar do vírus cerca de uma semana atrás, mas não parecia preocupante. Até que comecei a receber matérias de jornais brasileiros e perguntas de como estava a situação. Percebi que a história explodiu muito antes fora do que dentro do país”, contou ela ao Joca.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse, a caminho da China para reuniões com autoridades, que a situação “ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser”.

Correspondentes internacionais
“Minha professora disse para usarmos máscaras e álcool gel para as mãos, mas não falou a razão. Em outro dia, um colega mostrou um site com o motivo. O estoque [nas lojas] desses itens diminuiu e, consequentemente, os preços subiram”, Carolina P. M., 11 anos, de Macau

“Temos que beber água constantemente, comer frutas com vitamina C, usar máscaras, desinfetar as mãos e evitar contato com animais. Os elevadores estão sendo desinfetados de hora em hora e o governo suspendeu a volta às aulas: seria no dia 3 [de fevereiro], mas será no dia 10 ou depois. Teremos aulas por plataformas on-line”, Melissa P. M., 14 anos, de Macau

Transmissão
As formas de contágio estão sendo investigadas. Mas, segundo a OMS, sabe-se que o coronavírus se espalha pelo contato com secreções de infectados, por exemplo, via gotículas de espirros e tosse.

Para evitar que o vírus se espalhe mais, o governo chinês restringiu a circulação em ao menos 16 cidades (envolvendo mais de 50 milhões de pessoas) na província de Hubei, onde fica Wuhan — há bloqueios em estações de trens, por exemplo. Ainda em Wuhan, dois hospitais estão em construção e devem ficar prontos em cerca de duas semanas.

De acordo com o CDC, uma vacina está sendo criada na China. Nos EUA, pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde afirmaram em entrevista à CNN também ter iniciado pesquisas. Testes em humanos estão previstos para daqui três meses.

Pelo mundo, aeroportos usam aparelhos para medir a temperatura dos passageiros, pois o vírus deixa o corpo quente.

Ano-Novo chinês
Na China, o ano não começa em 1° de janeiro: o calendário é baseado em quanto tempo a Lua leva para dar uma volta ao redor da Terra. Ele é diferente do usado no Brasil e outros lugares do mundo, em que os anos são contados pelas voltas da Terra ao redor do Sol.

Para celebrar o novo ciclo, o governo chinês organiza eventos ao ar livre. As festas duram uma semana e geram o maior deslocamento de pessoas no mundo: 3 bilhões de viagens são feitas por causa das festividades, de acordo com o Conselho Estadual da China.

Fontes: CDC, CNN, Época, Estadão, G1, General Authority for Statistics – Kingdom of Saudi Arabia, Governo da China, Mehr News Agency, Statist, The Guardian, The NY Times, UOL, USA Today e Washington Post.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 142 do jornal Joca

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Comentários (2)

  • Ana maria

    3 anos atrás

    Não sabia disso ?

  • Ana maria

    3 anos atrás

    ?nossa não sabia disso

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