Protesto na frente da embaixada russa em Kiev, na Ucrânia, contra a intervenção da Rússia. Foto: Chris McGrath/Getty Images

O governo ucraniano e grupos separatistas (que querem autonomia para controlar regiões da Ucrânia e são a favor da Rússia) têm trocado acusações, desde 17 de  fevereiro, por causa de ataques com bombas na região leste do país. Os dois lados dizem que estão ocorrendo violações do acordo de cessar-fogo que existe para a área e acusam um ao outro de ser o responsável por isso. A situação aumentou a tensão na Ucrânia, que já vive uma ameaça de conflito com a Rússia (saiba mais aqui).

Uma das áreas separatistas se chama República Popular de Donetsk. No dia 18, o líder do local, Denis Pushilin, começou a retirar mulheres e crianças da região, em um alerta para um possível movimento de tropas ucranianas para invadir o lugar. Essas pessoas estariam indo para a Rússia.

Oleksiy Reznikov, ministro da Defesa da Ucrânia, negou ter planos para um ataque militar na região separatista. Especialistas em política internacional alertam para o receio de que um conflito entre separatistas e o governo ucraniano leve a Rússia a invadir o território do país vizinho.

Em discurso na TV no dia 21 de fevereiro, Vladimir Putin, presidente da Rússia, reconheceu duas regiões separatistas da Ucrânia como independentes — além de Donetsk, a área da República Popular de Luhansk. Em seguida, ele autorizou o envio de tropas russas para, segundo ele, garantir a paz na região. 

Vladimir Putin, presidente da Rússia. Foto: Matthew Stockman/Getty Images

No mesmo dia, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a maior parte dos países que fazem parte do conselho de segurança da entidade afirmaram que são contrários à decisão da Rússia de reconhecer Donetsk e Luhansk como regiões separatistas. O grupo também critica a possível entrada de tropas russas na região e pede que um conflito militar seja evitado a qualquer custo.

Tropas russas na fronteira

Em 15 de fevereiro, a Rússia tinha anunciado a retirada de parte de suas tropas da fronteira com a Ucrânia, o que gerava tensão para uma possível invasão russa. Os Estados Unidos, no entanto, acusam a Rússia de mentir. Os norte-americanos afirmam que o número de soldados na região aumentou para até 190 mil — antes, seriam entre 100 mil e 130 mil. 

Em 22 de fevereiro, Putin chegou a reforçar que enviaria tropas russas para as regiões que ele reconheceu como independentes para evitar conflitos por lá. Na prática, a chegada das tropas significa que a Rússia estaria tomando o controle militar da região e ajudando os separatistas a sair do domínio ucraniano.

Soldados russos durante operação. Foto: Dimuse/Getty Images

Essas tropas, no entanto, não serão enviadas imediatamente, conforme anunciou Putin no mesmo dia. A ameaça de mandar parte do exército russo para lá é um modo de pressionar a Ucrânia a aceitar os termos da Rússia para a segurança da região – a principal exigência de Putin é que o país vizinho não se junte à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Países como EUA e Reino Unido reforçaram que estão aplicando sanções contra a Rússia, ou seja, restringindo a atividade comercial com outros países, para pressionar Putin a retirar as tropas. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu publicamente que nações ocidentais enviem armas para ajudá-los em um eventual conflito.

Apesar das tensões recentes, o presidente russo ainda afirma que a Ucrânia pode resolver o conflito de forma pacífica, com negociações que não envolvem ajuda militar.

Glossário

Cessar-fogo: quando, durante um conflito, existe um consenso para que não haja mais ataques. No caso da Ucrânia, são os acordos de Minsk, assinados entre 2014 e 2015, depois de a Rússia ter conquistado a Crimeia, até então território ucraniano. Eles incluem, além do cessar-fogo, autonomia para as regiões que são dominadas pelos grupos separatistas.

*Versão atualizada da matéria publicada da edição 182 do Joca.

Fontes: CNN Brasil, Folha de S.Paulo, G1 e O Globo.

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