#PraCegoVer: Na imagem, a professora Débora está em pé. Ela veste blusa regata de bolinhas brancas em sua sala de aula. Na parede, atrás dela, além de um computador, há uma frase que diz: “Débora, estamos torcendo por você”.

Por Joanna Cataldo

Uma brasileira está entre os dez finalistas do Global Teacher Prize 2019, a maior premiação para professores do mundo. Ao lado de profissionais de várias partes do planeta, Débora Garofalo, de São Paulo, concorre ao prêmio que dará 1 milhão de dólares (mais ou menos, 3,8 milhões de reais) ao vencedor. O resultado deve ser anunciado em 24 de março, em uma cerimônia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

#pracegover: duas garotas aparecem abraçadas na imagem. A da esquerda veste camiseta preta e da direita usa moletom cinza. As duas sorriem. Elas estão em frente a um equipamento robótico feito com sucata.

Débora foi indicada por ser a criadora do Robótica Com Sucata, projeto em que alunos de 6 a 14 anos transformam lixo em robôs durantes as aulas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Almirante Ary Parreiras, na Cidade Leonor, periferia de São Paulo.

#PraCegoVer: Na fotografia aparecem quatro estudantes sentados em volta de uma mesa realizando um projeto em sala de aula. O garoto de moletom cinza está ligando dois fios e os outros três, vestindo moletom preto, verde e azul, estão observando.

A iniciativa funciona da seguinte forma: os alunos coletam o lixo na comunidade, limpam e pesam o material, fazem pesquisas e transformam objetos em protótipos (modelos), como máquina de refrigerante, carrinhos, robôs e jogos. “Com o tempo, eles começaram a criar protótipos envolvendo os problemas reais da vida. ‘A avenida X não tem semáforo, vamos construir um semáforo’ ou ‘o córrego pode alagar, então vamos construir uma boia que alerte a comunidade em dia de chuva’”, conta Débora.

#pracegover: um grupo de pessoas está ao redor de uma mesa, trabalhando em um projeto robótico. Seis alunos prestam atenção aos movimentos e à explicação de uma professora. Os alunos vestem uniforme, que varia entre camiseta branca e moletom preto – apenas uma estudante usa moletom vermelho. A professora usa camiseta preta com listras claras na horizontal.

Ao longo de três anos, cerca de 2 mil alunos já passaram pelo projeto, que retirou mais de uma tonelada de materiais das ruas, incluindo rolos de papel higiênico, tampas de garrafa, canudos, televisões, notebooks e liquidificadores, entre outros. “O trabalho trouxe vários benefícios: mudança no comportamento dos alunos indisciplinados, consciência maior da comunidade em relação ao descarte adequado do lixo, diminuição de 95% na evasão [desistência] escolar…”, explica Débora. “Para mim, a maior conquista foi o aumento da autoestima dos alunos. Eles entenderam que não é o lugar de onde você vem que determina o que você fará na vida, você é quem determina quem quer ser.”

No site do Joca, confira a entrevista completa com a professora Débora Garofalo: www.jornaljoca.com.br.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 217 do jornal Joca.

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