O primeiro navio, carregado com milho, partiu no dia 1º de agosto
No dia 1º de agosto, um navio carregado com 26 mil toneladas de milho deixou o porto de Odessa, um dos mais importantes da Ucrânia, em direção ao porto de Trípoli, no Líbano. Foi a primeira vez que uma embarcação com produtos para exportação partiu do país desde o começo da guerra com a Rússia, iniciada em 24 de fevereiro (relembre os motivos do conflito na edição 183).
O fato se deu após Rússia e Ucrânia assinarem acordos, em 22 de julho, para reabrir portos ucranianos no Mar Negro e retomar a exportação de grãos. Até então, as atividades estavam travadas: enquanto as autoridades ucranianas temiam que a Rússia aproveitasse a abertura para realizar ataques ao país, os russos se preocupavam com a possibilidade de a Ucrânia usar os portos para receber armas a serem utilizadas no conflito.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia foram responsáveis por promover o encontro que resultou no entendimento. Rússia e Ucrânia se comprometeram a não fazer da reabertura dos portos uma oportunidade para mais ataques.
Por que reabrir os portos é tão importante?
Segundo dados de 2019 da Organização Mundial do Comércio (OMC), juntas, Rússia e Ucrânia são responsáveis pela produção de 25% do trigo consumido no planeta e 45% de itens derivados de girassol (como óleo) vendidos no mundo. Atualmente, cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão presas nos portos ucranianos, o que leva ao aumento do preço desses itens no mundo todo — quando há um vendedor a menos no mercado, mas a quantidade de pessoas querendo comprar segue a mesma, o preço de um produto sobe.
Oleksandr Kubrakov, ministro da Infraestrutura da Ucrânia, comemorou o desbloqueio e disse à imprensa do país que isso deve gerar cerca de um bilhão de dólares (mais ou menos 5,17 bilhões de reais) à economia ucraniana. Já o presidente da nação, Volodymyr Zelensky, declarou ainda ser cedo para comemorar. “Vamos esperar para ver como o acordo funciona e se a segurança estará realmente garantida”, falou em discurso.
Em 3 de agosto, a embarcação que partiu para Trípoli fez uma parada na Turquia para inspeção. Quatro dias depois, mais quatro navios saíram da Ucrânia. Outros 13 seguem aguardando aprovação para seguir viagem.
Fontes: BBC, CNN, Folha de S.Paulo, G1, Money Times, Poder360, R7, Reuters e UOL
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 191 do jornal Joca.
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