Duas instalações de petróleo da empresa Saudi Aramco, da Arábia Saudita, pegaram fogo após um ataque de drones em 14 de setembro. O incêndio, que interrompeu o funcionamento das unidades Abqaiq e Khurais, no leste saudita, diminuiu pela metade a produção do petróleo do país, o maior vendedor dessa matéria-prima no mundo. O corte na produção é considerado o
Duas instalações de petróleo da empresa Saudi Aramco, da Arábia Saudita, pegaram fogo após um ataque de drones em 14 de setembro. O incêndio, que interrompeu o funcionamento das unidades Abqaiq e Khurais, no leste saudita, diminuiu pela metade a produção do petróleo do país, o maior vendedor dessa matéria-prima no mundo. O corte na produção é considerado o maior da história e levou a uma queda de 5% da quantidade de petróleo à venda no planeta.
Abqaiq é a maior instalação mundial de processamento de petróleo, em que 75% de todo o petróleo da Arábia Saudita passa por um processo de limpeza de impurezas, como areia. Depois dessa etapa, ele é vendido como matéria-prima para ser transformado em combustível e asfalto, por exemplo.
Três dias após o ataque, o governo saudita declarou que a oferta de petróleo do país voltou ao normal e que as vendas para o mundo em setembro serão mantidas. Saiba mais a seguir.
Como a Arábia Saudita conseguiu retomar a produção de petróleo após o ataque?
O país voltou a usar campos de exploração de petróleo que estavam parados e também está utilizando suas reservas — petróleo que fica guardado para momentos de necessidade.
Quem foi responsável pelo ataque?
Os rebeldes houthis, do Iêmen, declararam ser responsáveis pelo ataque, que seria uma resposta a atentados dos sauditas à capital iemenita no passado. Mas o governo norte-americano culpa o Irã, que, segundo os Estados Unidos, apoiaria esses rebeldes com o objetivo de uma guerra contra a Arábia Saudita para conquistar mais poder no Oriente Médio. O Irã nega participação no atentado.
Irã e EUA são inimigos desde 1979, quando romperam relações. Os conflitos entre os dois países aumentaram neste ano, quando o Irã suspendeu parte de compromissos de um acordo nuclear (que determina limites, por exemplo, para o estoque de materiais que podem ser usados em armas nucleares), argumentando que os EUA não tinham cumprido sua parte — retirar as restrições ao território iraniano, como obstáculos à venda de petróleo (saiba mais no Joca 131). A acusação dos norte-americanos contra o Irã no caso do ataque à Arábia Saudita pode piorar ainda mais a relação entre os países.
O ataque pode aumentar o preço dos combustíveis?
O preço do barril do petróleo subiu 20%, para 77 dólares (cerca de 320 reais), no dia 16 de setembro, após o ataque. Mas baixou para 64 dólares (cerca de 270 reais) no dia 19 deste mês. No entanto, o incêndio ainda pode levar a aumentos no preço. A Petrobras, empresa brasileira de petróleo, anunciou, no dia 18 de setembro, que a gasolina vai ficar 3,5% mais cara e, o diesel, 4,2%.
Fontes: BBC, CNN, Folha de S.Paulo, O Globo e The Guardian
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 138 do jornal Joca.
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